As eleições municipais estão se aproximando e os defensores de políticas para o uso de bicicletas ficam atentas. Afinal, no meio de tantos temas que serão levantados nos debates em cada cidade brasileira, como fazer que a mobilidade ativa tenha espaço?

A campanha Bicicleta nas Eleições surgiu com o objetivo de apoiar as associações de ciclistas para que elas formulem propostas para serem incluídas nos planos de governo dos candidatos ao executivo municipal. Até o momento, 50 associações já se inscreveram e aproximadamente 40% delas já formularam políticas para serem adotadas nas campanhas eleitorais.

“Teremos algumas táticas que vai do mais suave até uma pressão mais forte para que eles incorporem as propostas”, conta Guilherme Tampieri, coordenador da campanha. A iniciativa é da União de Ciclistas do Brasil e foi viabilizada com o apoio do Banco Itaú. A UCB selecionou vinte associações entre 32 que participaram de um edital para receber recursos do Bicicleta nas Eleições. As escolhidas possuem maior responsabilidade e são mais cobradas, enquanto as demais são acompanhadas de forma mais aberta pela organização.

As propostas e a forma como são apresentadas diferem entre uma cidade e outra. Enquanto em Belo Horizonte as políticas fazem parte de um plano de mobilidade maior que inclui o transporte coletivo e a mobilidade a pé, em Belém a associação formulou uma carta compromisso para ser apresentada aos candidatos. Qualquer pessoa pode fazer parte da campanha, contanto que não seja candidato ou ligado a prefeituras. “Pessoas resolveram formar associações para inserir a bicicleta na política pública. Organizar a sociedade tem muito mais impacto que alguém falando sozinho”, ressalta o coordenador.

A lista de organizações de cicloativistas envolvidas pode ser encontrada na página do Bicicleta nas Eleições. Ainda que o foco da campanha seja a disputa pelas prefeituras, as associações também são orientadas a respeito da relação com candidatos ao legislativo. “Não tem um processo de como fazer, mas tem algumas coisas que a gente sugere”.