O que? Salt Lake City é a quinta cidade que mais cresce economicamente nos Estados Unidos, segundo a Forbes. O resultado disso é um aumento da demanda por espaços e serviços na cidade, que se planeja para absorver esse movimento sem prejudicar a qualidade de vida. E uma das ações da capital de Utah é tentar antecipar as regiões que devem ser mais afetadas no próximo grande terremoto no estado.
O Big One
Ele virá, não se sabe quando, mas ele virá. Salt Lake City está à espera de um grande terremoto – um “big one” – para qualquer momento neste século. A falha de Wasatch costuma se manifestar com força em intervalos de 1,3 a 1,5 mil anos. De acordo com os sismólogos, o tremor mais recente foi há 1,4 mil anos, e o próximo deve ser bastante intenso, com cerca de 7,1 pontos de magnitude. Para se ter uma ideia, o terremoto que destruiu Christchurch, Nova Zelândia, em 2011 teve 6,3.
Já seria um motivo suficiente para as autoridades da capital do estado de Utah se prepararem. Mas o risco de uma grande tragédia se torna ainda maior quando se vê o momento de Salt Lake City. É a quinta cidade com maior crescimento econômico dos Estados Unidos na projeção de 2011 a 2016 segundo a revista Forbes. O jeito é se antecipar.
O Utah Geological Survey (Pesquisa Geológica de Utah) tem abertos trincheiras ao redor da cidade para estudar o terreno em que Salt Lake City cresceu. A falha de Wasatch passa a leste da cidade e tem um histórico bastante conhecido. A questão é saber o quanto ela pode afetar outra falha geológica, a West Valley, que passa a oeste. “Em que grau a falha West Valley move por conta própria, em que grau ela é uma fonte independente de terremotos? Possivelmente, ela se mexe ao mesmo tempo ou tem seu movimento iniciado pela falha de Wasatch”, comentou o sismólogo Mike Hyland, do UGS, em entrevista ao site Next City.
O grupo tem estudado o histórico de atividade da West Valley para encontrar relações com as da falha vizinha e mais poderosa. Se a ação for independente, um tremor da Wasatch teria efeito mais forte a leste de Salt Lake City. Se as duas trabalharem em conjunto, o impacto viria em toda a cidade.
Essas informações são fundamentais para a prefeitura da capital de Utah. O planejamento para as áreas em expansão ou em processo de adensamento depende das conclusões desse estudo. Isso inclui desde a definição de vias de trânsito até o código de obras para edifícios comerciais e residenciais. Até porque o Instituo de Pesquisa de Engenharia de Terremotos dos EUA calcula que o “big one” de Salt Lake City pode levar a 2 mil mortes, 84 mil desabrigados e prejuízos de US$ 33 bilhões. Aumentar esses números já monstruosos por falta de planejamento seria imperdoável.