O que é? A edição de 2015 da pesquisa Ir Bem, realizada anualmente pela Rede Nossa São Paulo em parceria com a Fecomercio (Federação de Comércio do Estado de São Paulo) indica que os moradores da capital paulista estão (ainda) mais insatisfeitos com a qualidade de vida na cidade. Segundo a pesquisa, os paulistanos estão mais críticos em relação a todas as estâncias do poder público e 79% dos itens tiveram uma queda expressiva na avaliação.
A qualidade de vida segundo os paulistanos
A percepção sobre a qualidade de vida em São Paulo atingiu o pior índice desta década. Na verdade, é o pior desde que existe uma medição, pelo menos o levantamento “Ir Bem”, realizado pela Rede Nossa São Paulo anualmente desde 2008. Enquanto em 2013 e 14 a porcentagem de pessoas que acreditavam que as condições de vida na capital paulista estavam melhorando permaneceu estável e mais pessoas acreditavam que havia melhorado, no último ano a proporção se inverteu: apenas 23% dos entrevistados perceberam algum avanço, enquanto 36% responderam que a situação piorou.
O levantamento retrata a percepção sobre a qualidade de vida a partir de 169 aspectos divididos em 25 áreas que foram definidas como importantes em uma consulta pública realizada em 2008. Oded Grajew, coordenador da Rede Nossa São Paulo, conta que a pesquisa foi elaborada com base no princípio de que a maior responsabilidade do poder público é melhorar as condições de vida das pessoas. “É o mapa da mina para melhorar a qualidade de vida de São Paulo, cada um desses indicadores aponta para uma ação que precisa ser feita. É praticamente um plano de governo”, diz o coordenador do movimento.
LEIA MAIS: É preciso debater mais os problemas urbanos para votar em quem vai resolvê-los
O número de áreas consideradas importantes que receberam baixas avaliações passaram de cinco na edição anterior do Ir Bem. Atualmente, além de saúde, educação, segurança e habitação também fazem parte da lista trabalho, infância e adolescência, juventude, meio ambiente e terceira idade (trânsito fazia parte da lista em 2014, mas sua importância caiu). Um dos itens que puxou para baixo a avaliação da área Trabalho foi a igualdade de acesso à oportunidade de trabalho e emprego, que caiu de 4,1 para 3,2.
Os itens que receberam melhor avaliação foram aqueles que correspondem às relações humanas, sendo que a área mais bem avaliada é o relacionamento com a família, que recebeu 7,5. Aqueles que receberam pior avaliação correspondem à área de transparência e participação política que possui uma média de 2,7, com a honestidade dos governantes em último lugar. Isso se reflete na avaliação da atual administração municipal, que foi considerada ruim ou péssima por 56% dos participantes, sendo que a subprefeitura da região recebeu essa avaliação de 55% deles e a Câmara de Vereadores, 71%. Por outro lado, a igreja ganhou destaque sendo considerada como instituição que mais contribuiu para a qualidade de vida de 34% das pessoas, onze pontos percentuais acima do ano passado.
Outro aspecto que recebeu baixa avaliação foi a segurança, com 51% das pessoas se sentindo pouco seguras e 41% nada seguras. Segundo a pesquisa, sofrer alguma violência foi escolhido como maior medo enfrentado diariamente por 72% paulistanos, empatado com assalto ou roubo e acima de todas as outras opções que incluem atropelamentos, multidões, alagamentos e trânsito.
No geral, o índice Ir Bem atingiu seu número mais baixo, 4,7, batendo a marca de 2013, com 4,8. Naquele ano, o cenário de insatisfação com todas as instâncias do poder público motivou a população a ir constantemente para as ruas nas manifestações.