O Mundraub indica onde é possível colher frutas direto do pé nas cidades, para promover o aproveitamento máximo daquilo que as árvores dos espaços públicos nos oferecem. A iniciativa nasceu em Berlim, mas já tem 16 centros urbanos do Brasil mapeados com a colaboração de cerca de 450 usuários brasileiros.
A ferramenta permite indicar onde as árvores estão, em que época dão frutos e também participar de uma colheita coletiva. O mapeamento das árvores começou há seis anos, quando o engenheiro ambiental Kai Gildhorn saiu de Berlim numa viagem com amigos carregando maçãs neo-zelandesas na bagagem e acabou encontrando macieiras carregadas a apenas algumas horas de distância da capital alemã.
Finalista do Google Impact Challenge na Alemanha, o Mundraub recebeu € 250 mil e pretende atingir 100 mil usuários e identificar 70 mil árvores públicas, que teriam a capacidade média de produzir 100 quilos de frutos. Hoje a ferramenta reúne cerca de 30 mil pessoas e mais de 21 mil espécimes localizados.
A iniciativa vem se espalhando pela Europa desde 2009, levando no nome uma referência à uma tradição alemã que descriminaliza o ato de furtar comida para consumo próprio. Como facilitar a busca por frutas frescas e gratuitas depende da capacidade de reunir informações localmente, sugiram outras ferramentas semelhantes que se encarregam da tarefa em cada canto do mundo.
O Inventário das Árvores, por exemplo, é uma iniciativa brasileira (infelizmente o autor não foi encontrado) que mostra que dá para fazer a feira durante uma caminhada urbana. O mapa indica que no centro de Santos se encontra um abacateiro vizinho de uma mangueira, e que é possível andar pela rua paulistana Joaquim Nabuco colhendo uma pitanga em cada esquina. Os usuários podem adicionar novos pontos no mapa, caso conheçam a localização de uma árvore que ainda não foi indicada. Algumas delas contam com descrições detalhadas, como a altura da copa, para garantir a colheita mesmo quando os galhos são mais difíceis de alcançar.