A rua da sua casa está esburacada, o ponto de ônibus foi vandalizado, o bueiro está entupido, o semáforo quebrou, a praça não tem rampa para deficientes, o bairro não tem linhas de ônibus ou escolas públicas suficientes, o IPTU está desproporcional em certos imóveis. Há dezenas de reclamações que a população pode fazer a sua prefeitura, e muitas vezes buscar uma plataforma de abaixo-assinado virtual era um caminho para reunir pessoas que concordassem com a causa. O problema muitas vezes era saber para quem reclamar: prefeitura, algum órgão, alguma secretaria?
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Com isso em mente, o Change.org, site de petições virtuais com 6,5 milhões de usuários cadastrados no Brasil e 145 milhões no mundo, criou o Cidades que Respondem, com páginas que concentram os abaixo-assinados direcionados a prefeituras de dez capitais brasileiras. O objetivo do site é que o usuário identifique com mais facilidade qual o canal em que ele deve direcionar sua reclamação, o que seria também bom para a prefeitura, que teria um espaço único para se comunicar com a população.
Para o lançamento do projeto, foram selecionadas as dez cidades com mais usuários ativos na plataforma: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. O Change.org está em contato com as prefeituras dessas capitais para que elas adotem suas páginas como canais oficiais. “Já conversamos com as prefeituras de Rio e São Paulo e tivemos boa resposta. Ainda vamos falar com as outras até o final de maio, quando faremos o lançamento oficial do Cidades que Respondem”, comenta o diretor-geral do site, Lucas Pretti.
A resposta afirmativa da prefeitura não é condicionante para a continuidade das páginas, que já estão no ar. “As prefeituras não têm de aceitar. Vamos criar o canal de deixar ali, mas elas podem ignorar. Só acho que ter esse espaço é mais simples do que se comunicar por uma rede social, que não tem ferramentas tão adequadas para esse tipo de contato”, afirma.
A desvantagem de Twitter ou Facebook seria a necessidade de se responder individualmente a cada uma das pessoas que participassem de uma petição. No site de abaixo-assinado, uma resposta é automaticamente direcionada por e-mail a todos os signatários da causa. Além disso, as reclamações não se misturam com outros conteúdos.
O Cidades que Respondem está aberto a qualquer tipo de petição que envolva uma questão municipal. Pela política do site, não há edição sobre o conteúdo publicado, desde que atenda à política de uso. O pedido pode ser de algo grande, como mudança no preço da tarifa de ônibus ou a reurbanização de um bairro inteiro, a algo mais prosaico, como o conserto da calçada em frente a um imóvel.