Dados sobre colisões e atropelamentos acessíveis são uma raridade. Mesmo quando as autoridades locais disponibilizam as informações, normalmente os formatos são difíceis de ler. Por isso, qualquer iniciativa que permita uma interpretação rápida por parte do público é bem-vinda. Como o que fizeram em Torontoa partir de tuítes do centro de operações da polícia local.
As atualizações sobre o tráfego na maior cidade do Canadá passaram a ser publicadas em tempo real no Twitter. As informações publicadas na rede deram origem a novas visualizações que indicam os pontos críticos para quem se locomove por transporte ativo. Os registros de atropelamentos estão sendo reunidas por um bot, e cada um dos RTs é um alerta sobre a vulnerabilidade de pedestres e ciclistas.
O Now Toronto mapeou com cada uma das ocorrências registradas no Twitter durante o mês de maio, o que dá uma ideia sobre os pontos críticos da malha viária. Os dados coletados contam com colisões rotineiras que foram redigidas de forma que o StruckTOBot reconhecesse o envolvimento de pedestres e ciclistas e também ocorrências graves, que resultaram na divulgação de press releases pela polícia.
No mapa é possível observar que dez dos 33 registros envolvendo ciclistas aconteceram em corredores importantes onde a administração local está estudando implantar malha cicloviária. No último dia 16, os vereadores removeram do planejamento cicloviário elaborado para os próximos dez anos os estudos de viabilidade para as principais vias locais. A decisão também conta com o apoio do prefeito, John Tory, que defende o alargamento dos prazos para a construção de infraestrutura para ciclistas.
Em São Paulo, por exemplo, a CET publica um relatório anual sobre as ocorrências fatais, mas o mesmo não acontece com os dados sobre colisões e atropelamentos nos quais todos os envolvidos sobreviveram. Por meio da Lei de Acesso à Informação, o Código Urbano obteve os dados sobre mortos e feridos no trânsito em 2014 e os tornaram acessíveis e disponíveis em domínio público. A transparência, que também envolve usar formatos legíveis na publicação de informações, é importante para identificar pontos problemáticos e pensar em soluções para tornar o trânsito mais seguro.