Portland carrega há muitos anos a fama de ser um dos locais mais pedaláveis dos Estados Unidos. No entanto, não tinha seu sistema de compartilhamento de bicicleta. Uma situação que parece paradoxal, até porque seu primeiro projeto na área é de 2006, antes de virar uma onda por metrópoles mundiais. Mas o bike sharing enfim foi implementado, e foi dimensionado de forma a justificar o apelido da cidade.
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O primeiro sistema de bike sharing a ser implantado em Portland tem apenas duas semanas de vida. A parte estranha dessa história é que a cidade, uma das mais pedaláveis dos Estados Unidos, já tinha feito um chamada para propostas de compartilhamento de bicicletas em 2006, antes da maioria das cidades onde as bicicletas de cores chamativas já circulam há anos. Essa primeira chamada foi cancelada em 2008 para análise de modelos de financiamento e logística e só foi retomada em 2011.
Em 2011, a ONG Bicycle Transportation Alliance, convenceu as autoridades a ressuscitarem o projeto de 2006 (cancelado dois anos depois) e formularam em conjunto o modelo de financiamento que previa US$ 2 milhões vindos do governo federal e a mesma quantia em recursos privados. Demorou dois anos para que o dinheiro público compatível com o propósito fosse liberado e, nesse período, a empresa escolhida para operar o sistema foi vendida e o seu fornecedor de bicicletas faliu.
Em 2013, os planos para que Portland finalmente tivesse seu sistema de bike sharing ganharam novo fôlego com a contratação de Leah Treat como diretora do Portland Bureau of Transportation. A gestora pública atuou na implantação de sistemas de compartilhamento de bicicletas em Washington e Nova York. Em 2015, Leah anunciou que o sistema seria inaugurado com ou sem patrocínio. No início de 2016, um acordo fechado com a Nike – empresa com sede na região metropolitana de Portland e que tradicionalmente investe em projetos esportivos no estado do Oregon – acelerou e possibilitou a expansão do programa.
Com mil bicicletas, o Biketown surgiu como o maior sistema de smart bike americano. Cada bicicleta é rastreada por GPS tem seu próprio “paraciclo”. Os usuários podem escolher entre deixar a bike em uma das estruturas que fazem parte do sistema ou pagar uma taxa de US$ 2 para deixar em um dos 4 mil bicicletários na área de cobertura do serviço.
Para oferecer mais flexibilidade para os usuários sem comprometer a confiança no serviço e tornar os custos de operação inviáveis, o sistema também oferece US$ 1 de crédito por bicicleta retornada. A demora na implantação fez com que a cidade tomasse decisões cautelosas, como não gastar dinheiro público na operação do sistema e fazer com que a empresa operadora, a Motivate, arcasse com os riscos do programa. O CEO da Motivate, Dani Simons, disse ao Citylab que “o que a cidade de Portland quer é mais pessoas pedalando. Para a empresa, quanto mais pessoas andarem de bicicleta, melhor será para as finanças da empresa e para a sustentabilidade financeira do Biketown”.