O sistema de car sharing de Fortaleza começou a operar em fase de demonstração com três carros em uma estação itinerante. Até o momento, estão sendo realizadas viagens gratuitas de test drive em rotas pré-determinadas pela prefeitura. Até o próximo dia 15, segundo a Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos, o sistema de compartilhamento de carros deve começar de fato a funcionar com sete carros e cinco estações.
A prefeitura afirma que, por estar ainda em fase de demonstração, o sistema ainda não possui usuários formalmente cadastrados. O diretor do grupo Serttel, Rudrigo Maciel, afirma que os usuários estão sendo cadastrados apenas nos shoppings onde estão sendo montadas as tendas de demonstração. Os cadastros de motoristas do sistema, que leva o nome de VAMO (Veículos Alternativos para Mobilidade) serão feitos em duas etapas: a primeira delas online, na qual o usuário deve fornecer dados pessoais e enviar fotos da carteira de habilitação – em dia e com pelo menos um ano desde a data de emissão – e comprovante de endereço. Em seguida, é preciso comparecer no escritório da Serttel para assinar o termo de uso e realizar um test drive dos veículos.
Para aderir ao sistema, o usuário deve pagar uma taxa de R$ 40 todo mês, que serão revertidos em créditos para uso do VAMO. Uma vez que esses créditos acabem, o condutor deve pagar R$ 20 pelos 30 minutos iniciais, sem a opção de empréstimo por um período mais curto com menor taxa. Depois da meia hora inicial, o valor cobrado por hora vai decrescendo conforme o intervalo de permanência com o veículo se estende.
Entre 30 e 60 minutos adicionais o custo é de R$ 0,80 por cada minuto. Entre 60 e 12 minutos, será R$ 0,60; entre 120 e 40 minutos será de R$ 0,50; após 240 minutos o valor será R$ 0,40. Não há um limite de tempo de permanência com o veículo, mas o usuário será alertado pela plataforma de relacionamento do sistema quando a bateria atingir 30% da sua carga, exigindo que o veículo seja devolvido à estação mais próxima quando atingir 20%. A partir de setembro, com o fim da fase de “operação assistida” do projeto piloto, a previsão é de que 12 estações estejam operando pela cidade.
A frota do sistema é composta de dois modelos de veículos, o Zhidou EEC, de dois lugares que demora duas horas para ser completamente recarregado e circular com autonomia de 120 quilômetros, e o BYD, que leva até cinco passageiros, precisa de três horas para completar a recarga e tem autonomia de 250 quilômetros. Até o fim do ano, a cidade deve contar com 20 automóveis disponíveis para compartilhamento, sendo 15 deles do modelo mais compacto e cinco do outro. As 12 estações previstas serão: Igreja de Fátima; Montese; Jóquei Clube; Parangaba; Reitoria da Universidade Federal do Ceará; avenida Bezerra de Menezes; avenida da Abolição; praça Luiza Távora; avenida Santos Dumont; avenida Barão de Studart; Cidade 200 e avenida Coronel Miguel Dias.
O engenheiro da prefeitura de Fortaleza, Sued Lacerda, respondeu por email que os pontos escolhidos serão monitorados pelos primeiros seis meses de operação do sistema, “É válido ressaltar que estes pontos serão monitorados pelos primeiros 06 (seis meses) de operação do sistema, permitindo que haja realocação”, diz. Da mesma forma, o engenheiro afirma que existe a possibilidade de revisão dos valores das taxas ao fim desse período. Segundo as informações fornecidas pela prefeitura, a Serttel foi contratada por meio de Termo de Autorização do Chamamento Público e tem permissão para operar o sistema por 12 meses, com possível renovação caso as duas partes estejam interessadas.
LEIA MAIS: Por que os sistemas de bike sharing têm tantos problemas no Brasil
A falta de transparência da Serttel sobre os serviços prestados nas cidades onde opera sistemas de bike sharing se repete em Fortaleza. “Como os investimentos foram 100% privados, não estamos autorizados a informar”, disse Maciel. Já Lacerda diz que “todas as informações de custos de implantação e de operação são de responsabilidade da Serttel e da Hapvida, cabendo prefeitura apenas a gestão do sistema, monitorando se as exigências editalícias estão sendo cumpridas pela operadora”. Assim como as bicicletas compartilhadas, os carros também são estampados com o nome do patrocinador que, no caso, é a operadora de planos de saúde Hapvida.
Conforme matéria publicada pelo G1 em junho, a previsão era que o sistema estivesse operando com sete carros e cinco estações desde o dia 1º de agosto. No entanto, “a prefeitura preferiu estender por mais 15 dias a fase de demonstração para mais regiões serem atendidas”, disse Maciel por email. Na mesma reportagem, consta a previsão da prefeitura de que o aplicativo será lançado em breve. A plataforma ainda não está disponível para usuários iOS ou Android e a nova previsão oficial é de que ela deve ser lançada junto a fase de “operação assistida”, no próximo dia 15.