Foi um resultado bastante apertado, 53% contra 47%. Ainda assim, foi o suficiente para Alexandre Kalil, candidato do PHS, superar João Leite (PSDB) no segundo turno das eleições municipais em Belo Horizonte. Para vencer a disputa, Kalil teve de dobrar o percentual de votos recebidos no primeiro turno, marcando uma virada improvável na última semana de campanha. Virada improvável e única.
Belo Horizonte foi a única capital brasileira a registrar uma virada em suas eleições, ou seja, o candidato com mais votos no primeiro turno acabou perdendo no segundo. Um fato curioso se for considerado que essa foi a eleição com mais municípios realizando uma segunda votação (57) e o que teve mais reviravoltas no número absoluto (14).
Em percentual, a quantidade de viradas foi dentro do padrão histórico das eleições municipais. Neste ano, foram 24,56% de reviravoltas. O recorde foi de 2004, com 28%, e a menor marca foi quatro anos atrás, com 17% (única vez que ficou abaixo de 20%). Isso só reforça como o fato de apenas uma capital ter mudança no resultado entre os dois turnos se trata de uma anomalia estatística.
As outras duas vezes em que apenas uma capital teve virada foram em anos com menos cidades realizando segundo turno. Em 1996, André Puccinelli (PMDB) ultrapassou Zeca do PT (PT) em Campo Grande, mas foram apenas 31 municípios com segundo turno e apenas sete reviravoltas pelo país. Em 2008, quando Roberto Góes (PDT) superou Camilo Capiberibe (PSB) na reta final em Macapá, esses números foram ainda mais baixos: 30 e 5.
Veja no gráfico abaixo quantas viradas já ocorreram desde que o segundo turno foi criado nas eleições municipais, em 1996: