No que seria uma novidade no mundo, o governo do presidente Emmanuel Macron quer eliminar progressivamente toda a exploração e produção de petróleo e gás na França e seus territórios externos até 2040. Parece dramático, mas a nação da União Europeia tem muito pouco a perder enquanto visa um futuro mais verde.
Como o The New York Times relatou, o governo de Macron irá introduzir a legislação proposta para o gabinete francês mais tarde hoje, com esperanças de que o projeto seja aprovado até o final do ano. O governo francês está se esforçando para tornar o país neutro em carbono até 2050, ativando os freios das emissões de gases do efeito estufa, apontado como principal responsável pela mudança climática causada pelo homem.
Sob a nova lei, a França deixaria de emitir quaisquer licenças de exploração de petróleo e gás, e todos os subsídios atuais seriam gradualmente controlados e exauridos ao longo dos próximos 22 anos. Nenhuma licença de gás de xisto seria emitida, seja para exploração ou extração (atualmente, fraturamento hidráulico (ou fracking, como também é conhecido) é ilegal na França, mas o projeto de lei leva isso além, proibindo todos os métodos, tanto os existentes quanto os especulativos).
O ano alvo coincide com o plano do país para acabar com a venda de veículos a gasolina e diesel até 2040. A legislação também está em sintonia com os compromissos do governo francês no âmbito do Acordo Climático de Paris, e seus esforços para promover a energia renovável. O país está esperando uma queda da dependência da energia nuclear para 50 por cento até 2025, dos atuais 75 por cento.
Este projeto de lei será histórico caso seja aprovado, e a França está em uma posição muito boa para fazer isso agora, já que o movimento é visto, em grande parte, como um ato simbólico. Ao contrário das economias dos Estados Unidos, Canadá, Rússia, vários países do Oriente Médio e outros, a dependência da França da extração de combustíveis fósseis é muito baixa. A França só produz cerca de seis milhões de barris de hidrocarbonetos por ano, a classificando como 71ª no mundo. A Rússia, por outro lado, produz 10,5 milhões de barris por dia. Além do mais, a produção de petróleo e gás francesa representam apenas um por cento do seu consumo total. A França vai continuar a importar e até mesmo a refinar o óleo após o prazo de 2040.
A petrolífera principal da França, Total, tem permissão para procurar depósitos de petróleo em territórios externos do país, como a Guiana Francesa. Não é imediatamente claro como a legislação pendente irá afetar a empresa, e ela ainda está para apresentar uma declaração sobre a medida proposta.
Simbólico ou não, este movimento da França deve deixar as grande petrolíferas pelo menos um pouco nervosas. O futuro dos combustíveis fósseis está começando a parecer cada vez mais sombrio. E damos graças por isso.
Matéria original do Gizmodo Brasil.