Os Correios começarão a centralizar seus esforços na entrega de encomendas em 2018. A estratégia segue o crescimento do comércio eletrônico e a expectativa para este ano é que a estatal realize mais entregas de pacotes do que cartas. Para não perder o bonde, serão investidos cerca de R$ 440 milhões na implantação de dez sistemas automatizados de triagem até 2020.
O objetivo desses investimentos é triplicar a capacidade de processamento das encomendas e aproveitar o aumento da demanda, conforme aponta a reportagem do Correio Braziliense. O consumidor poderá esperar por menos atrasos e, em breve, poderá também acompanhar em tempo real o status de entrega de suas compras.
Isso porque desde dezembro os Correios estão testando um sistema de rastreamento em tempo real. Até o fim deste mês, espera-se que 58.679 carteiros possam utilizar smartphones e atualizar as informações de entrega direto da rua. Foram gastos R$ 20 milhões na compra dos aparelhos e do sistema – que antes só era atualizado quando o funcionário voltava a agência.
O receio de não estar em casa na hora que o carteiro passar também pode acabar. Em conjunto com algumas lojas online, os Correios anunciaram a opção “Clique e Retire”, uma modalidade de entrega na qual o cliente opta por retirar o produto direto em uma agência. Hoje, essa opção está disponível nos sites Netshoes, do Ponto Frio e das Casas Bahias e os pacotes podem ser retirados em 450 agências nacionais.
A ideia é expandir: Casa&Video, Submarino, Americanas e Shoptime devem entrar no rol de sites com a modalidade. Para acompanhar o crescimento, os Correios planejam criar uma fila exclusiva para o “Clique e Retire” e implementar armários do tipo locker em pontos principais das cidades. A estatal já abriu uma licitação para a compra de 100 armários que só poderão ser abertos pelo destinatário – na hora da compra, o cliente escolhe em qual armário quer receber. São Paulo deve ser a primeira cidade a recebê-los.
Depois do fim do e-Sedex, modalidade de frete exclusiva do e-commerce e que oferecia entrega rápida (como a do Sedex) por valores menores (como o do PAC), essa é a primeira notícia de avanços feitos para as compras online. Só resta saber se ajudarão os Correios a sair da crise financeira avassaladora. Em 2017, a estatal teve prejuízo de R$ 2 bilhões e recebeu aval para iniciar um plano de demissões voluntárias.
Reportagem publicada originalmente no Gizmodo Brasil.