Segundo pesquisa inédita do Datafolha, as mudanças feitas pelo Senado sobre a regulamentação dos aplicativos de mobilidade pode influenciar a escolha dos eleitores nas próximas eleições. O polêmico projeto de lei, que voltou à Câmara, está na pauta desta terça-feira, 27/2.
Quando perguntados sobre a chance de votar em um político que apoie um projeto de lei capaz de inviabilizar o modelo atual de transporte particular por aplicativo no país, 76% dos entrevistados dizem que as chances diminuem. Entre os que utilizam apenas esse tipo de serviço, o índice sobe para 88%.A Uber tem mais de 20 milhões de usuários ativos no Brasil.
Outro ponto importante da pesquisa destaca que 90% dos entrevistados concordam, total ou parcialmente, que os aplicativos de mobilidade são uma alternativa de sustento para pessoas desempregadas ou que trabalham e usam os aplicativos para gerar renda extra.
Ainda de acordo com os dados do Datafolha, 71% das pessoas preferem utilizar o serviço dos aplicativos de mobilidade diante do oferecido pelos táxis comuns. Na comparação entre os serviços, os aplicativos são indicados como mais baratos (citado por 86% dos entrevistados) e mais rápidos para chegar ao local solicitado (para 75%).
No final de 2017, o Senado alterou o projeto de lei retirando do texto pontos como a obrigatoriedade de placas vermelhas (iguais às dos táxis), a exigência de que somente os donos dos veículos pudessem usá-los nos aplicativos e a proibição de circulação de veículos com placas de outros municípios.
Quanto à restrição de circulação, recentemente o prefeito de São Paulo, João Doria Jr., tentou impor essa limitação, mas anunciou que está reavaliando a medida após a reação negativa da população e uma série de decisões judiciais contrárias. Essa resistência se reproduz nacionalmente: 80% dos entrevistados pelo Datafolha concordam que motoristas de aplicativos devem poder dirigir nos demais municípios da sua região.
Fonte: Assessoria