Quando o Brasil foi definido como sede da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, rapidamente veio o discurso de “fazer o possível”, fazer eventos “com cara e limitações do Brasil”. Tudo isso foi esquecido, termos como “Padrão Fifa” surgiram no noticiário para argumentar que o único jeito de realizar tais competições era gastar uma fortuna.
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No final, os brasileiros viram bilhões serem gastos em várias arenas esportivas superdimensionadas ou desnecessárias e pouco dinheiro para a essência, a infraestrutura que geraria o legado. Duas enormes oportunidades perdidas, que talvez jamais sejam recuperadas.
Ao menos, temos um exemplo para mostrar como tudo poderia ser feito. A Cerimônia de Abertura da Rio-2016 primou por fazer o que todo o resto evento (e a Copa também) não fez: mostrou que é possível realizar uma apresentação de alto nível, dentro dos padrões internacionais, aceitando as limitações orçamentárias óbvias de qualquer país em desenvolvimento.
A abertura olímpica carioca custou metade da londrina, quatro anos atrás. E os ingleses já haviam sido muito mais econômicos em relação a Pequim-2008. No final, o Brasil entregou um espetáculo com sua cara, tanto ao expor sua cultura quanto por aceitar suas limitações. E o resultado foi aceito por todos. Não precisávamos do “Padrão Fifa”. Precisávamos fazer as coisas do nosso jeito. Mas agora já não dá para mudar.
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