O eixo Centro-São José dos Pinhais é um dos mais importantes de Curitiba. Não apenas pelo fato de a cidade vizinha abrigar o aeroporto Afonso Pena, mas também pelo desenvolvimento econômico e imobiliário. São José é sede de várias grandes empresas e abrigou muitos empreendimentos residenciais novos. Com isso, o fluxo de pessoas indo nos dois sentidos para trabalhar é grande.
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A ligação é feita pela avenida Comendador Franco, conhecida como Avenida das Torres pelas 25 gigantescas torres de energia e 20 grandes postes que decoram seu canteiro central. Uma marca que está perto do final. Nesta terça, a Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica) anunciou o plano de enterrar os fios da via. A obra teria custo de R$ 157 milhões e levaria 18 meses, mas depende de licença ambiental para começar.
A intervenção em si é interessante. Sem as torres e superpostes no canteiro central, é possível realizar diversos tipos de melhorias: de paisagismo para tornar o caminho mais bonito e eventualmente pitoresco a incremento da capacidade de tráfego, com a criação de corredor para BRT. Seria muito importante para uma via que já é bastante exigida.
O problema é que a Avenida das Torres acabou de passar por uma grande reforma. As pistas foram alargadas em 2014, como parte das obras de mobilidade para a Copa do Mundo. O primeiro esboço da reforma, de 2009, previa o enterro dos cabos. Era uma sugestão do Ministro das Cidades da época, Márcio Fortes, mas essa intervenção foi retirada dos projetos seguintes. No total, os trabalhos custaram R$ 149,7 milhões em recursos do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento).
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O fato de um importante corredor passar por duas grandes obras em tão pouco tempo expõe a dificuldade que o poder público tem em antecipar seus passos. Um problema comum a várias cidades brasileiras. Obras são feitas como elementos fechados em si próprio, muitas vezes sem prever eventuais modernizações. Por isso, ainda é comum avenidas novas sem espaço adequado para futura implantação de corredor de ônibus e ciclovia ou pontes que não têm espaço para pedestres.
Ainda que enterrar as torres pudessem representar um custo extra à reforma da Comendador Franco, possivelmente seria menor do que fazer as duas obras separadamente, como deve ocorrer. Além disso, as novas obras podem exigir demolição ou interdição de partes da avenida, provocando custo de retrabalho e/ou reduzindo a capacidade de fluxo de carros.
Um dos pontos mais importantes para ter cidades modernas é fazer, no presente, intervenções que facilitem atualizações futuras. É mais rápido e, principalmente, barato.