O Festival Path terminou neste domingo. A equipe do Outra Cidade esteve por todos os lados para pegar o que havia de mais interessante. Algumas delas serão tratadas aqui nos próximos dias, com mais profundidade. Mas aqui vão cinco histórias interessantes que vimos entre uma palestra e outra.

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Não se pode desprezar a experiência de quem já trabalha em ações sociais

A sociedade vive em um momento especialmente propício para o surgimento de coletivos e grupos que buscam colocar a mão na massa e melhorar as condições de suas comunidades. Muita gente tem planos e causas, mas é bom dar uma olhada no que já está acontecendo. Não apenas para aprender com quem já está fazendo, mas também para evitar trabalhos redundantes ou concorrentes. “Às vezes, melhor que criar um trabalho novo, do zero, é ajudar os que já existem. São pessoas com anos de experiência, e não dá para achar que isso não faz diferença”, comenta Laura Sobral, do A Batata Precisa de Você, durante a palestra Gentilezas Urbanas. Que tipo de coisa se aprende? Renata Minerbo, do Acupuntura Urbana, dá um exemplo: “Conversar com a prefeitura não é tão difícil quanto muita gente pensa, mas cada subprefeitura encara as coisas de uma forma. É preciso aprender que cada uma prefere conversar de um jeito diferente”. [Ubiratan Leal]

Obs.: a palestra Gentilezas Urbanas foi mediada por Ubiratan Leal, editor do Outra Cidade

Realidades econômicas parecidas criam semelhanças entre pessoas de lugares muito diferentes

Cena de vídeo apresentado na palestra "O Mundo, na Rua" (Ubiratan Leal/Outra Cidade)

Cena de vídeo apresentado na palestra “O Mundo, na Rua” (Ubiratan Leal/Outra Cidade)

Países como Rússia, África do Sul, Índia, China e Tailândia têm culturas muito diferentes do Brasil. No entanto, uma visita a esses lugares permite identificar algumas semelhanças importantes. Tudo porque são nações em momentos econômicos parecidos dentro de um mundo globalizado, o que acaba criando cenários sociais familiares entre eles. Foi o que apresentou a palestra “O Mundo, na Rua”, que apresentou o trabalho de três colegas de uma agência de publicidade que viajaram por diversos países do mundo e almoçavam todo domingo na casa de uma família local. A partir desse contato mais próximos, perceberam realidades comuns a todos eles: a internet fez que as novas gerações tenham mais conhecimentos de inglês, apenas agora muitas famílias têm seus primeiros membros fazendo curso superior e há um ambiente favorável para a busca de novas oportunidades. “Os países em desenvolvimento não devem ser comparados apenas porque têm índices econômicos parecidos. A vida das pessoas acaba se alinhando em vários aspectos”, comenta Bruno Azevedo. [UL]

Economia circular é mais do que reciclagem

A economia linear, que utiliza o modelo de “extrair, transformar e descartar”, está alcançando os seus limites. Não há mais recursos suficientes. E o que há de sobra são resíduos – que de quebra, em sua maioria, não são reutilizados. Por isso, como uma grande alternativa para este modelo fadado ao fracasso, surgiu a economia circular, que vai além de estratégias para reciclagem. De acordo com Guilherme Brammer, repensar o modelo de negócio e fazer uso da tecnologia que hoje se faz presente (big data, cloud, impressora 3D…) são dois passos para colocar em prática a economia circular e gerar “menos impacto para o meio ambiente e mais impacto para a vida das pessoas”. [Letícia Negresiolo]

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Por que alguns espaços públicos vingam, e outros não

Paola Caiuby apresenta a palestra "Placemaking - COmo construir ótimos espaços públicos?" (UIbiratan Leal/Outra Cidade)

Paola Caiuby apresenta a palestra “Placemaking – COmo construir ótimos espaços públicos?” (UIbiratan Leal/Outra Cidade)

Praças, parques e outros espaços públicos são fundamentais para qualquer comunidade. No entanto, alguns simplesmente não conseguem atrair as pessoas para se tornarem locais vivos. Um trabalho conjunto da Conexão Cultural com o Bela Rua estabeleceu parâmetros para um bom espaço público. “Ele precisa ser um ponto de encontro, ser inclusivo, reunir pessoas dos diferentes grupos sociais que compõem aquela comunidade, ter atividades econômicas e ser um palco para a vida pública”, explica Paola Caiuby, do Conexão Cultural, empresa de promoção de conteúdo cultural em espaços públicos. Para que esses pontos sejam atingidos, não adianta ter uma fórmula pronta. É preciso entender o que aquela comunidade precisa. “É fundamental ouvir as pessoas, entenderem o que elas querem”, afirma Juliana Barsi, do grupo Bela Rua. [UL]

Como usar redes de pessoas para melhorar o Brasil

Mostrando alternativas para mudar o país por meio da educação, com a utilização da tecnologia a seu favor, representantes da Aiesec, Impact Hub, Fundação Estudar e Future Learning discutiram a importância das redes para o desenvolvimento e expansão de ideias que quebram o modelo vigente – e, para alguns, ultrapassado – de educação. Uma das soluções apresentadas foi o Cinese, uma plataforma de crowdlearning que tem como objetivo conectar quem quer ensinar com quem quer aprender. Através da iniciativa, qualquer um pode organizar aulas, debates e palestras sobre qualquer tema que quiser desvendar. A ideia da ocupação de espaço público está muito presente no Cinese, já que essas aulas costumam acontecer em lugares como praças, ruas ou mesmo o vão livre do Masp. Além de agir como mediador da comunicação entre professores e alunos, o Cinese oferece auxílio na busca pelos locais e por fornecedores dos equipamentos necessários. [Leonardo de Escudeiro]

Obs.: a F451, empresa que edita o Outra Cidade, é parceira de mídia do Festival Path