Os funcionários públicos de Cingapura passarão a depender de um “terminal” para acessar a internet em seus departamentos para fins profissionais. Todos os outros computadores dos escritórios oficiais serão desconectados e o setor que supervisiona as políticas de tecnologia já está sem acesso direto em seus computadores desde abril.
A internet dos 100 mil computadores dos departamentos oficiais será totalmente cortada até o ano que vem. Durante os primeiros testes, os funcionários puderam acessar a rede por meio de dispositivos móveis e também dos computadores domésticos, mas não tinham como obter informações de seus emails oficiais e documentos relevantes a partir dessas conexões e nem encaminhar informações recebidas para contas pessoais.
Ainda não se sabe em detalhes como será o processo de desconexão, mas a justificativa do governo é que a medida tem como objetivo impedir que os computadores sejam infectados por vírus e também aumentar a segurança contra o vazamento de dados.
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A ideia de restringir o acesso dos servidores públicos à internet pode parecer contra intuitiva. Cingapura passa atualmente por um processo de integração entre tecnologia e infraestrutura pública, como parte da propagandeada Smart Nation Iniciative. Sensores estão sendo espalhados pelo país para monitorar o trânsito e há planos para que táxis sem motoristas comecem a circular pelas ruas.
O país é conhecido por tentar controlar o que as pessoas veem na TV, e tem até lista de publicações proibidas. A medida é vista com desconfiança, pois pode resultar em maior uso dos celulares e outros dispositivos particulares – para os quais os funcionários poderão enviar mensagens não relacionadas a assuntos profissionais – que possuem mais brechas de segurança.