Várias cidades brasileiras têm sofrido com o Aedes aegypti e o verão. As chuvas da estação mais úmida do ano em boa parte do País tem criado vários pontos com acúmulo de água parada, criando o cenário ideal para a reprodução do mosquito transmissor de dengue, zika e chicungunha. Mas, na capital nacional da dengue, o problema é o oposto: a falta de água.

A cidade mineira de Campanário tem 3.733 habitantes e 442 casos de suspeitas de dengue. Isso representa 11,8% da população, ou 6.215 a cada 100 mil habitantes, um índice maior que o de qualquer outra cidade brasileira. Das grandes cidades brasileiras, a que teve mais casos registrados foi Belo Horizonte, com 431 a cada 100 mil habitantes (ou 6% da média campanariense).

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A repórter Carolina Cotta, do jornal Estado de Minas, esteve em Campanário e escreveu uma ótima reportagem sobre o que levou essa pequena cidade ao topo do ranking negativo de dengue no Brasil. Recomendamos fortemente que vocês cliquem aqui e entendam o cenário completo da dengue nessa pequena cidade do interior mineiro.

Localizada a 300 km ao norte de BH, Campanário está em uma das regiões mais secas de Minas Gerais. Isso torna o abastecimento de água intermitente, o que motiva a população a reservar sempre que possível. É comum os moradores terem tambores e caixas d’água cheios em casa, criando locais ideais para a reprodução do Aedes aegypti.

A boa notícia é que, aos poucos, já houve redução do número de novos casos. Ao ver tantos conhecidos contraírem a doença, muitos campanarienses se convenceram a tampar as caixas d’água e tambores em casa. Mas ainda há o que melhorar, como contou José Elias de Meira, coordenador da Fundação Nacional de Saúde na cidade, ao Estado de Minas: “Tem casa em que a gente entra, coloca o larvicida e, quando viramos as costas ,vemos o morador jogando a água tratada fora. Aqui, o problema é a seca e a mente das pessoas.”