A Ford Motor irá investir US$ 11 bilhões em veículos elétricos até 2022 e pretende ter 40 automóveis da categoria em seu catálogo até o mesmo ano.
A novidade surge sete meses depois de a empresa nomear Jim Hackett, então diretor da Ford Smart Mobility, subsidiária responsável por carros autônomos, como CEO da Ford – a mudança ocorreu em maio de 2017, depois da Tesla ultrapassar a Ford e se tornar a segunda maior montadora de automóveis dos EUA, atrás apenas da General Motors.
O presidente da companhia, Bill Ford, anunciou no último domingo (14) que tornará os veículos mais populares e icônicos da empresa em modelos elétricos. “Se queremos ter sucesso com a eletricidade, temos que fazê-la com veículos que já são populares”, disse o presidente durante o Salão Internacional de Automóvel Norte-Americano (Detroid Auto Show).
Em 2015, a Ford prometeu investir US$ 4,5 bilhões em carros elétricos até 2020. Em 2016, a companhia gastou um total de US$ 7,3 bilhões em engenharia, pesquisa e desenvolvimento, US$ 600 milhões a mais que 2015, segundo informações da Reuters.
Agora ela investirá mais US$ 6 bilhões exclusivamente para carros elétricos até 2022, totalizando US$ 11 bilhões dedicados a automóveis de energia limpa. Com este dinheiro, a companhia planeja ter 40 veículos elétricos em seu catálogo até 2022 – 16 destes serão veículos completamente elétricos e 24 serão híbridos.
Segundo informações do The Verge, este número é equivalente ao dobro de veículos que a GM planeja lançar – a companhia anunciou no ano passado que pretende ter 20 novos veículos elétricos – por bateria e combustível hidrogênio – até 2023.
Novas regulações na China, Estados Unidos, Índia, França e Reino Unido para reduzir a poluição gerada por motores de combustão e combustíveis fósseis está obrigando as montadoras a reverem seus planos de negócios e investirem pesado em energias limpas para garantir o crescimento internacional das companhias, como mostra o TechCrunch.
Automação
Além de foco em energia limpa, a Ford inicia ainda este ano testes de veículos autônomos. O programa utilizará dados de sua parceria com a Domino’s Pizza e da startup de entregas por demanda Postmates – a cidade que hospedará os testes ainda não foi anunciada. A Ford Motor também promete investir até 2021 US$ 1 bilhão na Argo AI, uma startup de veículos controlados por inteligência artificial.
São passos que todas as grandes montadoras têm dado: a Fiat Chrysler trabalha em conjunto com a Waymo, do Google, desde 2016 (e deve lançar seu serviço de caronas por veículos autônomos em 2019), a GM, além do mencionado anteriormente, também comprou a startup Cruise em 2016, a Delphi comprou a Nutonomy, a Volkswagen e Hyundai estão trabalhando em conjunto com a Aurora e pretendem lançar carros autônomos no mercado até 2021 e a Uber, por sua vez, vem desenvolvendo suas próprias tecnologias autônomas depois de fazer uma limpeza na Universidade Carnegie Mellon e no National Robotics Engineering Center. Além de tudo isso, este mercado que ainda engatinha ganhou um novo concorrente na semana passada: a Byton.
O futuro da industria automotora é limpo e autônomo. Resta saber quão distante está este futuro e se ele será bom ou ruim para nós.
Matéria publicada originalmente no Gizmodo Brasil.
Imagem de topo: Mike Mozart/Flickr