A Polícia Militar de São Paulo determinou que, até o final de 2016, todos os clássicos do futebol paulista serão realizados apenas com torcedores de um dos times. É uma reação à briga entre corintianos e palmeirenses no último domingo em dois pontos da capital, que causou a morte de uma pessoa (ainda não identificada, mas que seria um inocente atingido por uma bala perdida no tiroteio).
Esse tipo de medida já foi tentado várias vezes em outros países, como Argentina (onde o histórico de violência de torcidas é pior que aqui), Holanda e até mesmo no Brasil. Apesar de ser instintivamente lógico pensar que não há brigas se um dos lados do conflito não irá ao jogo, a prática se mostrou diferente. Como muitas das batalhas ocorrem longe dos locais dos jogos – as do último domingo foram no Brás (centro) e São Miguel Paulista (extremo leste), bem distantes do estádio do Pacaembu -, ter ingresso é algo secundário.
No ano passado, quando essa medida quase foi implementada antes de um Palmeiras x Corinthians, escrevi na Trivela (site do F451) como excluir uma torcida é apenas um sintoma do modus operandi das autoridades, sobretudo no Brasil, em relação a segurança pública em geral. Ao invés de entender a sociedade, estudar o motivo que leva as pessoas a terem determinados comportamentos, elas preferem excluir, separar, dividir.