Muitas vezes, a medição do investimento público nas bicicletas é medida pela quilometragem de infraestrutura cicloviária instalada, mas esse é apenas um dos aspectos que interferem na experiência das pessoas que percorrem a cidade pedalando. Buscando critérios mais qualitativos, a Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo) e o Grupo de Trabalho de Mobilidade do Observatório do Recife (ODR) criaram criou o IdeCiclo. O objetivo é fazer um panorama e acompanhar as mudanças nas condições oferecidas para os recifenses que pedalam.
A avaliação, feita com base em 17 parâmetros, foi aplicada em 40 estruturas cicloviárias da capital pernambucana. Os 20 quilômetros de ciclofaixas, quatro de ciclorrotas e 14 ciclovias receberam notas de 0 a 10 para cada um dos critérios. Os resultados serão usados como base para propostas de políticas públicas e a reavaliação a partir do mesmo índice deverá ser feita a cada dois anos.
Os parâmetros são divididos entre critérios de conforto e segurança e a nota final é obtida a partir do cálculo da média entre eles. A ciclovia Via Mangue, que se estende por 3,9 quilômetros na zona sul, foi a que obteve a maior nota, 7,99. A média geral para as ciclovias foi de 5,84 para segurança e 7,67 para conforto. As ciclofaixas e ciclorrotas tiveram médias maiores para conforto – 8,19 e 8,25, respectivamente – mas bem menores para segurança, com índices de 5,30 e 3,02. Um dos parâmetros é a adequação das ciclovias e ciclofaixas aos termos do Código de Trânsito Brasileiro e que as ciclorrotas não possuem avaliação desse item.
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A ciclofaixa que obteve a melhor avaliação foi a da rua José dos Santos, que recebeu 7,89, e a melhor média entre as ciclorrotas ficou com a da rua Carlos Fernandes, que obteve 7,67 (sendo que recebeu a nota máxima na média dos critérios de conforto). As infraestruturas ficam na região oeste e na zona norte de Recife, respectivamente. Também fica no norte da cidade a ciclofaixa da rua Paula Batista, que foi a estrutura com a pior avaliação, 3,87.
Os principais carências das estruturas cicloviárias apontadas pelo índice são o controle da velocidade nas ruas, sinalização, continuidade dos cruzamentos, sombreamento e conservação razoável. O relatório completo com os parâmetros e avaliações pode ser consultado aqui.