O Bundesrat, legislativo alemão com representantes dos 16 estados, aprovou uma resolução para banir carros movidos à combustão interna a partir de 2030. O texto é válido para toda a Alemanha, mas pode se estender a toda União Europeia. A proibição seria um passo dado em direção ao cumprimento dos requisitos acordados no Pacto Mundial sobre o Clima da Conferência de Paris.
A proposta é de que os registros de automóveis a partir de 2030 sejam restringidos a carros elétricos ou movidos a hidrogênio. A Alemanha possui hoje uma frota de aproximadamente 45 milhões de veículos, dos quais apenas 150 mil são híbridos e 25 mil são elétricos. A expectativa é que a frota seja totalmente substituída em 20 anos. Para acelerar a retirada dos carros a combustão de circulação, os impostos cobrados sobre eles deverão subir.
Apesar de ter recebido apoio suprapartidário, a resolução por si só não tem efeito de legislação, mas aponta para uma tendência de leis mais duras contra emissões. O texto aprovado também apela para que a União Europeia “revise suas políticas de impostos e obrigações com o objetivo de estimular a mobilidade livre de emissões”. Para que ela tenha validade em todo bloco, a homologação deve ser feita envolvendo os países-membros. No entanto, as regulações alemãs tradicionalmente pautam decisões na UE.
A indústria automobilística alemã, que inventou os motores de combustão interna, é a quarta maior do mundo e representa uma parte importante da economia do país. Atualmente, a Alemanha já oferece incentivos financeiros para acelerar sua entrada em uma era livre de carros poluentes. A intenção é reduzir entre 80 e 95% das emissões de dióxido de carbono até 2050.
Muitos dos países-membros da UE oferecem vantagens fiscais que mantêm baixos os preços do diesel, combustível com alta taxa de rodagem por litro que alimenta metade da frota europeia. Em uma votação similar ocorrida em junho, políticos noruegueses decidiram a favor de um futuro no qual apenas veículos não-poluentes circulem, proibindo completamente veículos movidos a petróleo e diesel a partir de 2025.