Dediquei os dois primeiros posts para explicar o que é o Outra Cidade e mostrar como você pode participar do site. Mas, às vezes, as coisas ficam muito etéreas se a gente não mostra algumas coisas que você vai ver no Outra Cidade – ou mesmo o que nos inspira a fazer o site. Então, por partes: as pessoas, as referências e o que já fizemos.
As pessoas
O Outra Cidade nasceu da experiência de três pessoas: Caio Maia, Leandro Beguoci e Mariana Castro. Ele é um projeto da F451, empresa de jornalismo e comunicação que publica o Gizmodo Brasil, a Trivela e o Extratime, além de possuir uma divisão que produz conteúdo sob demanda para empresas e organizações.
Caio Maia, antes de ser jornalista e fundador da F451, empresa que vai publicar o Outra Cidade, foi ativista e trabalhou muito tempo na Zona Sul de São Paulo. É dele a ideia de fazer um site que também tenha relação com o mundo real. A Mariana Castro é pioneira em jornalismo digital, autora do livro “Empreendedorismo Criativo” e pesquisadora da obra “Como Viver em São Paulo sem Carro”. Ela acha que precisamos falar mais e de forma mais concreta sobre cidades inteligentes. E eu, Leandro, sou jornalista e obcecado com cidades (uma delas, segundo o Caio, não sai da minha cabeça, do meu coração e da minha boca – Caieiras, onde cresci).
O Outra Cidade nasceu de referências que nos inspiram. Uma delas, claro, é o “Como Viver em São Paulo sem Carro”, da Mari. E não é porque somos contra carros. É porque gostamos de fazer algumas perguntas a mais: é possível viver em São Paulo com outras formas de transporte? Como faz? É pra mim? No Outra Cidade, você pode esperar perguntas assim. Nós somos muito práticos. Queremos entender as coisas, saber como elas funcionam, contar histórias que inspirem e ajudar as pessoas a fazer por elas mesmas. Simples assim (ou quase).
As referências
A TV DOC CAPÃO, dica do Caio, nos inspira porque são pessoas mostrando como a vida nas grandes cidades é cheia de camadas – e quanto mais fundo você vai, mais interessante fica. O Capão Redondo, em São Paulo, é um bairro cercado por estereótipos. A equipe da TV então mostra quem são as pessoas que moram lá e convida as outras a conhecer, por si mesmas, o bairro. É TV online e reunião, tudo junto.
Fora do Brasil, nós gostamos muito do CityLab, um dos principais sites sobre vida urbana no mundo, e do Narrative.ly, um site de Nova York que é referência em histórias bem contadas. No Brasil, somos fãs do Cidade Sem Fronteiras, da Mariana Barros, e do Cidade para Pessoas, da Natália Garcia. Eu também gostava muito do Cidades Globais, do Raul Juste Lores, e adoro o blog Mural, da Folha, que mostra a cidade em cada bairro da cidade de São Paulo. Cada um a seu modo, esses sites ajudam a melhorar as cidades ao melhorar o debate sobre essas maravilhosas áreas urbanas. Sem contar o Edison Veiga, no Estadão, especialista em descobrir histórias incríveis em São Paulo.
O que já fizemos
Aqui, na cozinha do Outra Cidade, na F451, nós já produzimos algumas reportagens que poderiam muito bem estar aqui dentro. Comparamos o custo de vida em diversas cidades, explicamos por que pontes apenas para pessoas em Londres e Nova York são complicadas e mostramos como é um dia na vida da megacidade que cresce mais rápido no mundo.
E abraçamos todo e qualquer formato. Como essa reportagem sobre Água, para o TAB, do UOL:
Somos fãs e nos inspiramos em todo mundo que está na rua há mais tempo do que nós. Aprendemos muito com eles. “Mas então por que vocês estão lançando alguma coisa nova?”, alguém pode me perguntar. Porque achamos que podemos dar nossa contribuição ao mundo, a partir da forma como nós o enxergamos. E uma das coisas que está na raiz da nossa missão é juntar a inteligência de muita gente para melhorar as cidades em que moramos – online e offline.
Podemos até começar por São Paulo, onde vivemos e que conhecemos melhor. Mas nossa missão é nacional – e é fazer coisas juntos com pessoas de vários lugares do país. Afinal, nós já fizemos isso em outros sites, como na Trivela, também um site da F451, durante a Copa. É possível fazer um site verdadeiramente nacional. Basta que as pessoas não sejam apenas audiência ou jornalistas, mas parte ativa do Outra Cidade.
Tem dúvidas? Alguma coisa não ficou claro? É só falar.