O que é? O Rio de Janeiro é a cidade com mais quilômetros de ciclovias no Brasil, mas a infraestrutura cicloviária da capital fluminense foi planejada sem conexão entre a malha existente na zona sul e aquela na zona portuária dentro do projeto do Porto Maravilha. Para articular e permitir que os ciclistas circulem internamente com mais segurança e conforto, o Transporte Ativo e o IDTP Brasil elaboraram uma proposta de maneira colaborativa de rotas para ciclistas no centro, ligando a ciclovia da orla com a do porto e também com as ciclofaixas e vias compartilhadas na região do Maracanã.
Não basta aumentar a malha
O Rio de Janeiro é a única cidade brasileira que já fez parte do ranking Copenhagenize de cidades amigáveis para ciclistas, mas perdeu seu posto no top 20 na edição do ano passado pois “parece ter perdido o interesse” em ser um lugar melhor para quem pedala. A capital fluminense está aumentando sua malha cicloviária, mas ela se concentra em algumas regiões que não são interligadas. Pensando nisso, o Transporte Ativo e o IDTP Brasil realizaram um estudo para identificar o comportamento dos ciclistas cariocas e elaboraram uma proposta batizada de Ciclo Rotas Centro, conectando as ciclovias, ciclofaixas e vias compartilhadas do Aterro do Flamengo e apontando soluções para integrar a Grande Tijuca, Glória, Catete e Zona Portuária.
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Quando o estudo começou, em 2012, o Rio já tinha projetos para adicionar 17 km à sua malha cicloviária que seriam concentrados na zona portuária. Apesar disso, o projeto não previa nenhuma conexão entre a ciclovia do Porto Maravilha e as estruturas para ciclistas já existentes. Até então, a infraestrutura cicloviária no centro era inexistente e, por isso, o trabalho do Transporte Ativo começou com a contagem de ciclistas da região e discussões sobre as suas demandas.
Foram encontrados mais de 3 mil ciclistas pedalando nos cinco pontos onde o estudo se concentrou, sendo que 40% deles utilizavam bicicletas de serviço ou entrega e um em cada quatro estavam de triciclo. Foi verificada a necessidade de se fazer faixas maiores que aquelas que comportam bicicletas de passeio. Outro levantamento realizado verificou a largura das vias, para verificar se o melhor a ser feito seria instalar uma ciclovia, ciclofaixa ou faixa compartilhada. Durante o processo, foi mantido um diálogo com a participação das organizações de ciclistas e a realização de discussões em encontros abertos e pela internet.
Foram propostos a instalação de 33 km entre ciclovias, ciclofaixas e faixas compartilhadas com um custo total de seis milhões de reais. A proposta foi apresentada em 2013 em uma exposição com os resultados no Studio-X e outra exibição mais compacta foi instalada na avenida Graça Aranha no Park(ing) Day. O estudo também foi enviado a administração municipal. Na mesma avenida, hoje há uma ciclofaixa ocupando uma faixa de estacionamento que foi reposicionada. A infraestrutura foi implantada em 2014 e conecta o centro à zona sul por meio das rotas que já existiam no Aterro do Flamengo. A prefeitura integrou o plano traçado pelo Ciclo Rotas Centro como “projeto” no Sistema Municipal de Informações Urbanas.
Ainda que a implantação da infraestrutura proposta não seja concluída em 2016, como foi previsto no estudo, a parceria entre a IDTP e o Transporte Ativo pretende ir mais longe e expandir o projeto para outras áreas da cidade. A intenção é continuar elaborando propostas com base nas necessidades dos ciclistas, dessa vez com a ajuda de um aplicativo para celular que capacite o cidadão para fiscalizar, gerenciar e planejar o desenvolvimento urbano, assim como disponibilizar informações sobre serviços e meios de transporte.