O Parque Santo Antônio é conhecido como um dos bairros mais violentos de São Paulo. Foi esse o cenário escolhido por um coletivo para trabalhar com cultura lúdica e criar uma programação voltada para crianças. Foi assim que nasceu o Aqui que a Gente Brinca. O grupo desenvolveu uma proposta de encontro entre iniciativas que trabalham com a infância e o território, oferecendo oficinas e palestras abertas ao público na zona sul paulistana para quem se interessasse pelo tema. Era a Semana do Brincar na Periferia.
A edição desse ano, a segunda da história do evento, será organizada por uma parceria entre o Aqui que a Gente Brinca com os Brincantes Urbanos. Com isso, será possível realizar um evento mais disperso, com espaço para a formação em cultura lúdica para adultos, que contarão com atividades para praticar o que foi aprendido com as crianças.
“Quando você brinca, vive o mundo de uma forma mais criativa, enxergando mais o outro e também pensando numa transformação da realidade. Você se coloca numa posição de olhar sobre aquilo que é dado a partir do lúdico”, explica Juliana Leme, do Aqui que a Gente Brinca. As crianças do programa de iniciação artística dos CEUs Guarapiranga e Vila do Sol participarão das ações da Semana.
As atividades gratuitas voltadas para o tema “Qual o espaço público da infância na periferia?” começam amanhã (19) e vão até o domingo, quando o Festival de Brincadeira de Rua fechará a programação com fabricação e corrida de carrinho de rolimã, pipa, corda e pião. Diferentemente do ano passado, quando a Semana do Brincar na Periferia foi feita com recursos do Programa de Valorização de Inciativas Culturais (VAI), esse ano os palestrantes, oficineiros e debatedores participam como parceiros do evento, que não captou verbas públicas para essa edição.
O objetivo da Semana do Brincar é conectar outros coletivos, aumentar a rede de atuação e articular mais ações para brincar em mais ruas, que são espaços frequentemente ocupados na periferia para esse fim. “A gente traz como uma questão política, porque é comum colocarmos o brincar num lugar menos importante na vida. Quando a gente traz a discussão para esse lugar, vemos que é um caminho que podemos usar para politizar e transformar.”
Semana do Brincar na Periferia:
|