Shinjuku é o centro administrativo e empresarial de Tóquio. O bairro tem 330 mil habitantes, número discreto perto das 3,5 milhões de pessoas que circulam na estação de metrô local, a mais movimentada do mundo. Com tanta gente vivendo, trabalhando ou passando pela região, ela é considerada uma das mais delicadas da capital do Japão no caso de algum desastre. E inspirou as autoridades japonesas a desenvolver drones para o auxílio da população em casos de emergência.

No último sábado, foram realizados os primeiros testes com a tecnologia. O projeto prevê o uso de drones para sobrevoar uma área que precisa de evacuação, fazendo imagens que ajudem a identificar pontos com problemas, transmitindo alertas e encaminhando as pessoas para locais seguros. Nos ensaios, os técnicos verificaram o impacto das correntes de vento (a região de Shinjuku tem vários arranha-céus), a qualidade das imagens captadas, o efeito na área das ondas de rádio emitidas, o funcionamento do sistema de voo autônomo e se as pessoas no solo conseguiam entender as orientações sonoras vindas do equipamento.

A ideia surgiu justamente pelas dificuldades de se evacuar a região de Shinjuku após o terremoto seguido de tsunami em 11 de março de 2011. Na época, as autoridades tiveram dificuldades de darem instruções adequadas para as centenas milhares de pessoas que estavam na região. Agentes foram enviados para os pontos mais importantes do bairro, mas não havia como ter uma visão mais ampla da área, incluindo as ruas menores. Além disso, a comunicação entre eles foi bastante complicada.

O cuidado com desastres naturais é tão grande que Shinjuku já tem uma área designada para receber as pessoas que tiverem de deixar seus prédios (o Parque Central) e um possível quartel de comando para os trabalhos de orientação, resgate e auxílio à população (a Universidade Kogakuin). A sede do governo metropolitano de Tóquio também fica no bairro.