Os trens que levam e trazem os turistas que visitam a Vila dos Mistérios em Pompeia também são os principais responsáveis pela iminência do risco da estrutura local entrar em colapso. Considerada uma das casas mais preservadas da cidade que foi sepultada sob as cinzas da erupção do Vesúvio, o lugar voltou a receber visitantes no ano passado, depois de dois anos de obras de restauração.
Além das vibrações dos trens que passam pelos arredores de Pompeia, a cidade também é ameaçada pela atividade sísmica na baía de Nápoles. O risco de comprometimento da estrutura local foi identificada pelo departamento de desenvolvimento sustentável da Itália, o ENEA.
A Vila dos Mistérios é cercada por uma estrutura protetora construída há 50 anos com concreto armado, madeira e aço, que também está ameaçada pelo seu próprio peso e por conter infiltrações. O primeiro sinal de que a estrutura estava em risco foi a queda de uma pesada viga de madeira do teto que cobre o pátio da casa, há quatro anos. Depois do episódio, muitas de suas salas foram fechadas.
O local, que é considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, abriga afrescos e mosaicos. O sítio arqueológico de Pompeia constitui o conjunto mais bem conservado do império romano. As cinzas que sepultaram a cidade também serviram para proteger as construções e objetos da ação do tempo, assim como os corpos das vítimas, que tiveram seus corpos encontrados do modo exato como estavam no dia 24 de agosto de 79, quando ocorreu a erupção.
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O trens ligam a Pompeia à Nápoles, terceira cidade mais populosa da Itália, que fica a 22 quilômetros de distância. A restauração da Vila foi celebrada como um raro caso de sucesso no local, que virou um símbolo da negligência que comprometeu tanto os fundos recebidos da União Europeia quanto a inclusão de Pompeia na lista de Patrimônio Mundial. Desde maio de 2013, os restauradores trabalhavam principalmente para reparar os danos causados pelos métodos de conservação à cera aplicados nos afrescos nos anos 1930.
A Vila dos Mistérios não é um caso isolado, já que as estruturas de concreto protetoras de outras 10 vilas também correm risco de desabar. O ministro da Cultura anunciou no início do ano que a Itália está em uma lista de beneficiárias e deve receber o investimento de €105 milhões da União Europeia para projetos de restauração e manutenção em Pompeia.