O que é? Uma das maiores empresas de tecnologia do mundo anunciou uma parceria com diversas outras companhias e com três metrópoles norte-americanas para trabalhar em sistemas de cidades inteligentes. O objetivo é tomar a dianteira em um mercado cujo valor já foi estimado em US$ 1,5 trilhão.
Concorrentes unidos, ao menos por enquanto
Quanto vale ser a responsável por todos os sistemas de monitoramento e operação de uma metrópole como Chicago? E de Nova York? Tóquio? E Paris, Madri, São Paulo, Bangcoc, Sydney, Buenos Aires, Johanesburgo, Toronto e Moscou? A ideia de cidades inteligentes não é apenas um conceito para a gestão pública, é também uma gigantesca indústria ainda pouco explorada. Por isso, é preciso levar muito a sério quando uma gigante tecnológica como a AT&T anuncia um pacote de parcerias para entrar firme nesse mercado.
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Foi o que ocorreu no Developer Summit, evento realizado na última semana em las Vegas em paralelo à CES (Consumer Electronic Showcase, um dos principais congressos de tecnologia do planeta). A empresa norte-americana será a responsável pelos sistemas de inteligência de Atlanta, Chicago e Dallas. O acordo é tão grande que, para efetivá-lo, a AT&T firmou parcerias com outras grandes empresas, como Cisco, Ericsson, GE, Qualcomm e a IBM.
O acordo com essa última é que causa alguma estranheza, pois a IBM tem suas próprias ambições em cidades inteligentes e seria um potencial concorrente. Segundo Glenn Lurie, CEO de mobilidade da AT&T, as duas empresas pretendem trabalhar em conjunto nesse momento. “Em algumas cidades, seremos o agregador dos sistemas. Em outras, eles já estão trabalhando e nos chamarão para cuidarmos da conectividade do sistema. É uma área nova, teremos de ser flexíveis”, comentou durante o evento.
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O projeto prevê implantação, monitoramento, o processamento e a integração dos mais diversos dados da cidade, como tráfego, distribuição de energia, pontos de vazamento no sistema de distribuição de água e esquinas em que ocorrem crimes. Tudo em tempo real. “As cidades estão procurando o retorno desse investimento”, afirmou Lurie. Ele se refere ao quanto essas soluções podem gerar em economia aos governos, tanto pela redução de direta alguns custos operacionais quanto pela detecção mais rápida de problemas (e redução dos prejuízos)
É uma promessa ousada. As soluções para cidades inteligentes estão em desenvolvimento e todos (poder público, sociedade e empresas de tecnologia) ainda estão aprendendo qual a melhor forma de usar a infinidade de informações existentes. O valor desse mega-acordo da AT&T não foi divulgado, mas uma consultoria já projetou que o mercado total pode valer algo em torno de US$ 1,5 trilhão. Por isso, ser um dos primeiros a entrar com força nessa indústria pode ser bastante lucrativo.