Enquanto o poder público investe em transporte de massa e as pessoas pagam mais caro para morar perto da infraestrutura pública de mobilidade, as cidades continuam mantendo um requisito mínimo de estacionamento para novas construções. O governo norte-americano publicou um documento que recomenda acabar com as exigências mínimas de vagas, para que os municípios adotem uma regulamentação mais sustentável para as edificações que ainda serão erguidas.
O texto, intitulado “Ferramentas para o desenvolvimento de moradia”, reconhece que a política local de fixar um requisito mínimo de estacionamento encarece a construção e se torna uma barreira à ampliação da oferta de imóveis acessíveis, além de tornar o processo de obtenção de permissões mais lento. O documento cita a cidade de Fairfax, na Virgínia, como exemplo de cidade que flexibilizou a sua lei de zoneamento, reduzindo as exigências de vagas.
Apesar de o documento não obrigar as cidades a adotarem regulamentações mais flexíveis, já é um indicador de que o país que abriga alguns dos estamentos mais superdimensionados do mundo está repensando parte de sua estratégia de desenvolvimento urbano. Cidades maiores como Seattle, Nova York e Denver já adotaram regras mais brandas na construção de novas edificações.
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A redução dos requisitos de estacionamento, no entanto, não é a única aposta da Casa Branca para resolver o problema de déficit de moradia acessível no país. Também são recomendadas medidas de densificação por zonas, permitir que proprietários construam edificações adicionais em seus quintais e taxar terrenos vazios.
Em vez de taxar as pessoas que não podem comprar um carro ou simplesmente não querem ter um, repassando os custos de requisito mínimo a elas, a ideia é que as cidades adotem uma política de regulamentação de construções mais coerentes com políticas de redução de congestionamentos e, consequentemente, da emissão de poluentes. Dessa forma, a política de habitação se torna muito mais coerente com a de mobilidade, uma vez que os municípios estão investindo cada vez mais em infraestrutura para bicicleta, transporte coletivo e desincentivos ao uso do automóvel.