O Waze já reúne informações sobre o trânsito para que motoristas possam encontrar o melhor trajeto, mas uma empresa com sede no Texas acredita que o aplicativo também pode ser usado para agilizar o atendimentos emergenciais. A Genesis PULSE está trabalhando em um projeto que sincroniza os dados atualizados pelos usuários da ferramenta com as centrais de atendimento dos serviços de emergência.
Como os dados no Waze são atualizados por usuários, a organização do atendimento em caso de atropelamentos ou colisões no trânsito recebe a informação sobre a ocorrência quase em tempo real. Chad Richey, chefe do projeto na empresa e também editor voluntário dos mapas do Waze, disse ao Washington Post que o aplicativo é mais rápido que uma ligação para o 911 em 70% dos casos.
Uma via de mão dupla, versão na qual administrações públicas de cidades como Rio de Janeiro, Boston e Los Angeles podem contribuir com informações atualizadas sobre o trânsito e ter acesso aos dados fornecidos por usuários por meio do Conected Citizens Program, foi lançada pelo Waze em 2014. As informações sobre buracos, colisões, atropelamentos e outros problemas em tempo real já estão sendo usadas por mais de 60 governos municipais e estaduais para gerenciar o tráfego. Ao mesmo tempo, também é um canal para o poder público avisar os motoristas sobre fechamentos de ruas para obras ou reparos emergenciais.
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Washington foi uma das primeiras cidades parceiras do Waze, fazendo com que os dados levantados pelos mais de 250 mil usuários locais do aplicativo se somassem às informações de obras viárias previstas, dos serviços de emergência e também do circuito de câmeras de tráfego. Em Boston, a cidade usou a ferramenta como base para redirecionar o fluxo do trânsito e também para analisar o impacto imediato de pequenas modificações na sincronização dos semáforos, por exemplo.
Outro aplicativo tem sido usado de maneira semelhante pelos governos municipais é o Strava, que registra rotas feitas por ciclistas e permite comparar quão rápido e longe eles vão em relação aos outros usuários. Um desdobramento semelhante à versão do Waze para administradores locais, o Strava Metro, foi lançado em 2013 e desde então têm sido usado para tomada de decisões de planejamento urbano em mais de 70 localidades. Agora o aplicativo também incorporou outras modalidades, como a corrida, mas o seu principal uso continua sendo mensurar trajetos feitos de bicicleta.
Os dados obtidos por esses aplicativos podem não parecer muito representativos, se compararmos o número de usuários com o total de pessoas circulando. No caso do Strava, por exemplo, a estimativa é que ele reúna entre 5 a 10% de todos as viagens de bicicleta de uma cidade.
Essa proporção depende, entre outras coisas, da quantidade de proprietários de smartphones e outros dispositivos que podem executar o aplicativo. Por isso, a combinação desses dados com outras fontes de informação é importante na hora de tomar decisões que impactem a mobilidade, mesmo em casos nos quais as respostas precisam ser rápidas, como nos atendimentos de emergência.