O dilema em qualquer mudança de cultura é justamente a adoção da nova cultura.

O “bullying” contra veículos autônomos é uma possibilidade, mas ao mesmo tempo vejo como algo que possa ser mais voltado em regiões onde não haverá aceitação deste tipo de veículo, geralmente cidades menores ou países com cultura de trânsito sem limitações e respeito (como Russia e Índia).

No entanto, acho sinceramente que primeiro – não vai existir veículo autônomo de rua perfeito e que trabalhe bem com os arredores. Há inúmeros riscos e variáveis, e para cada variável, será sempre aquela coisa de se discutir e aplicar as novas condições ao veículo.

Segundo – na verdade existe o veículo autônomo 90% perfeito, onde todas as variáveis são razoavelmente controladas. São os veículos sobre trilhos – trens, monotrilhos, VLTs segregados, etc.

O que ocorre: veículos ferroviários trabalham em condições únicas, com menor numero de variáveis em relação a um veículo de rua. Outra é a eficiência: transporta mais pessoas com menor custo.

Enfim, veículos autônomos, ao meu ver, ainda não é a perfeição e ainda é pintado muito como a “solução para o transporte”. Mas talvez por egoísmo, preconceito, segregação, as pessoas não veem que a solução para o transporte já existe, funciona e o que falta só é entende-lo melhor e saber usa-lo. Claro que não é a perfeita solução para tudo, e na verdade ainda precisamos falar de transporte de curta distância, regiões ermas e outras situações.

Mas enfim, acho que o que precisamos para evitar o “bullying” e o preconceito contra outros modais é fazer as pessoas entenderem que o transporte é algo que tem a haver mais com o coletivo do que com o indivíduo. 🙂

Nenhum país tem uma estrutura tão forte e completa de transporte sobre trilhos como aqui na Alemanha, e te digo: jamais será suficiente, nem mesmo se passar um Tram na porta de sua casa e te levar até a estação. Pode suprir 90% das necessidades, mas os 10% restantes ainda merecem forte atençao. Precisamos sim de carros autônomos, disso não tenha dúvida. Quanto ao bullying, nao precisamos imaginar, nem achar, pois já foram feitos testes na China e simplesmente foi um fracasso absoluto. Isso porque os motoristas chineses não têm respeito algum pelas leis de trânsito, e o carro autônomo simplesmente fica empacado, sem conseguir avançar no trânsito no meio de tantas fechadas. O simples espaço que ele mantém à frente do veículo é suficiente pra que todos os demais motoristas se joguem na frente do autônomo, inviabilizando a ideia. O Brasil possivelmente seria um meio termo entre China e Europa, mas outras variáveis iriam complicar muito a implementação (como a falta de sinalizaçao horizontal, pavimento precário, etc). Mas enfim, o importante é que pelo menos em muitos países desenvolvidos o sistema poderá ser utilizado, e para os demais será preciso pensar em outro modelo, ou aguardar até que a legislaçao destes lugares permita a direçao autônoma “agressiva”.

A solução de “agressividade” (a ser aplicada na China, Índia, etc) seria, por exemplo, manter uma distância menor do carro da frente em baixas velocidades, para evitar que o carro autônomo seja bloqueado o tempo todo em países onde ninguém segue as leis de trânsito. Nao é algo que introduz risco necessariamente, já que é tudo calculado para que o carro autônomo ainda tenha espaço suficiente para freiar com segurança. É um ridículo, concordo, mas ainda é mais fácil reprogramar um carro do que “reprogramar” a cabeça 2 ou 3 bilhoes de pessoas.

Opa, legal o update de informações th!nk.t4nk… mas isso não é citado na matéria (que inclusive achei bem curta) :
De qualquer forma, entendo que não estejam apenas preocupado com o bullying básico. Acredito que eles estejam bem preocupados com o “bullying pesado” como uma “fechada surpresa” ou uma passagem rápida pelo vermelho em grandes avenidas (que muito acontecem)

E considerando a Mercedes isso não seria novidade. Eles já foram polêmicos em alguns questionamentos sobre carros autônomos (vide: https://goo.gl/wr42zL )

Talvez eu tenha sido meio “pessimista” demais na frase. Mas a verdade é que a programação focada em uma “elitização” e priorização de carros autônomos precisará MUITO ser regulamentada. Até mesmo para que todos se sintam confortáveis com eles na rua. A ligeira ideia deles na rua já pode apresentar um perigo a diversos setores e profissões (o que apesar de eu entender como evolução) pode não ser tão bem recebida pelas pessoas que trabalham com isso, e uma notícia (criada através de uma frase como essa) como essa pode piorar a situação.

Fazem algo parecido com robôs em fábricas há anos, induzindo a máquina a erro. Só que isso leva ao desenvolvimento de robôs ainda mais capazes.
No começo dos anos 1980, robôs só conseguiam pegar peças que estavam colocadas para eles numa posição bem específica. No anos 1990 os robôs evoluíram para “olhar” através de uma câmera e pegar peças soltas dentro de uma caixa. Agora robôs aprendem a montar essas peças apenas observando como os humanos fazem o mesmo serviço.

Toda essa evolução aconteceu mais rapidamente de tanto que sacaneavam a máquina tirando a peça de posição para o robô errar.

Ainda não li sobre o que acontece se dois bandidos entrarem na frente de um carro autonomo. Uma pessoa pode escolher entre passar em cima e fugir, desviar e fugir, ou parar. E o carro ?

kkkkkkk

Cada uma…

Pois é.. por isso não terei um… Aqui é BR…

A questão da China mostra o porquê de que o ideal é serviços tipo trem ou segregado e coletivos.

O ponto é que veículos particulares ou de menor capacidade e autônomos em ruas de forma plena só será possível quando a sociedade se permitir isso. Enquanto isso, acho que é um erro só fazer pesquisas ou divulgar muito sobre serviços individuais.

Falta mais ações expostas de serviços coletivos, como o recentemente noticiado serviço experimental no Japão (que há similar em outros países).

Oh, pra teres ideia aqui na Alemanha tem mais advogados trabalhando sobre o tema “carros autônomos” do que engenheiros! É uma mudança tão grande e tão cheia de polêmicas, que a maior barreira não é tecnológica, mas jurídica! E sem segurança jurídica não dá pra colocar nada no mercado (lembrando que a Tesla não tem condução autônoma ainda, apenas um assistente de direçao, e mesmo assim já enfrentam processos). Vai ser uma briga boa sim!

As pessoas ( muitas ) nunca deixarão de gostar de pilotar seus carros. Ponto.

Sobre a indústria automotiva, lembremos que muitas destas na verdade trabalham em vários setores, não só para veículos individuais. A Volkswagen hoje tem a MAN, Scania e outras fabricantes de veículos pesados por exemplo.