A indústria automotiva tem feito pesados investimentos para desenvolver carros autônomos. No entanto, parece que sempre esbarra em um elemento da equação: o ser humano. Primeiro, pela dificuldade em fazer os veículos lidarem com os desejos de seus proprietários e com o movimento de pedestres. Agora, até o sentimento de motoristas pode ser um problema.

Foi o que apontou o diretor da Mercedes-Benz norte-americana, Dietmar Exler. Em uma palestra durante um evento do setor em Los Angeles, o executivo afirmou que o maior obstáculo para o desenvolvimento mais rápido dessa tecnologia é lidar com as pessoas, inclusive no fato de elas aceitarem a existência de carros autônomos.

Um caso claro para ele seria quando um humano quisesse agir de forma agressiva no trânsito. “As pessoas farão bullying nos carros-robô”, comentou. “Sabendo que eles são programados para parar diante de qualquer obstrução, os motoristas certamente procurarão esses veículos na hora de entrar na frente de alguém.”

Para evitar isso, Exler considera que os carros autônomos poderiam ser programados para agirem de forma mais agressiva, se assemelhando mais ao comportamento de um humano no tráfego. No entanto, o executivo austríaco acha difícil que as autoridades reguladoras do setor permitam isso.