O que é? A prefeitura de Fortaleza, em parceria com a Bloomberg Philanthropies, lançou um plano de ações de médio e curto prazo para promover a segurança no trânsito e reduzir o número de acidentes na capital cearense. O programa inclui o planejamento detalhado das ações e integração dos órgãos responsáveis para atividades educativas e de fiscalização, além da utilização de recursos estaduais, federais e municipais.

 

Observar, educar e fiscalizar

Os acidentes de trânsito representam um custo de aproximadamente R$ 251 milhões para os cofres de Fortaleza. Segundo dados do Instituto José Frota, em 2014 foram realizados 23 mil atendimentos emergenciais decorrentes de acidentes de trânsito, o que representa 25% do total de emergências. Nos finais de semana, um a cada três atendimentos de emergência eram decorrentes de acidentes de trafego, sendo que 67% das entradas foram de motociclistas.

A média de mortes no trânsito é de 27 por 100 mil habitantes na capital cearense, segundo dados do Sistema de Informação de Acidentes de Trânsito (SIAT). Entre as vítimas de acidentes fatais, os pedestres são as mais frequentes, representando 44% do total.

Selecionada para fazer parte do Programa Bloomberg de Segurança Viária, que atuará em mais 10 cidades, incluindo São Paulo, Fortaleza deve começar a trabalhar para reduzir esses índices em 2016. A parceria com a Bloomberg Philanthropies será desenvolvida pelos próximos cinco anos, nos quais serão acompanhados os índices de ocorrência de excesso de velocidade, não uso do cinto de segurança entre motoristas e capacete para motociclistas, beber e dirigir, além de desrespeito à travessia de pedestres.

Até o final do ano, o programa pretende diagnosticar e monitorar áreas de risco, promover campanha de apoio ao pedestre, tratamento de pontos críticos, gerir a velocidade, implantar uma nova abordagem de fiscalização, estratégia de comunicação e educação no trânsito e também planejar a segurança dos motociclistas.

O primeiro tratamento de pontos críticos de acidentes deve ocorrer no cruzamento da rua Gustavo Braga com a avenida José bastos, entre os bairros Rodolfo Teófilo e Damas. Nessa área estão localizados o Campus Porangabuçu da Universidade Federal do Ceará e serviços de saúde públicos e privados.

As estratégias de comunicação e fiscalização devem ser realizadas por diferentes órgãos de controle e educação no trânsito com ações integradas que devem ser planejadas nas reuniões trimestrais do Observatório de Segurança no Trânsito. Entre as fontes de financiamento do programa estão fundos federais, estaduais e municipais, além da Corporação Andina de Fomento (CAF) que apoiará o plano de segurança para motociclistas.

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Programa para reduzir acidentes no trânsito de Fortaleza inclui plano de segurança para motociclistas (Arimm/Flickr)

As ações com foco nos motociclistas contarão também com a consultoria de especialistas que participaram do plano de segurança nas vias de Buenos Aires, iniciado em 2013. Não há consenso sobre o impacto do programa no número de mortos no trânsito na capital argentina desde então, uma vez que a contagem feita por entidades não-governamentais difere drasticamente da oficial. O plano traçado por Fortaleza não estabeleceu uma finalidade específica, mas visa contribuir para que o país alcance a meta de reduzir em 50% o número de vítimas fatais e feridas, compromisso firmado pelo Brasil e outros países com a ONU em razão da Década de Ações pela Segurança Viária, que teve início em 2011.

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