Os londrinos mal tiveram tempo de superar as três semanas de teste nas quais as pessoas foram incentivadas a ocupar os dois lados da escada rolante da estação de Holborn antes que a medida provisória se tornasse permanente – pelo menos pelos próximos seis meses. Os passageiros do metrô, acostumados a permanecer do lado direito e liberar o esquerdo para que os apressados possam escalar, agora devem escolher qualquer canto e permanecer nele até alcançar o topo de duas das escadas rolantes no local.
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Durante os testes no ano passado, a Transport for London (TfL) constatou que poucas pessoas se aventuravam em subir as escadas de Holborn com suas próprias pernas por causa de seus 23,4 metros de extensão de uma delas. Segundo a TfL, o congestionamento foi reduzido em 30%. No último dia 18, duas das escadas do local ganharam estampas de pegadas sinalizando que os usuários do metrô devem ocupar os dois lados para indicar que ali a regra de etiqueta urbana pela qual eles tanto prezam não vale. Também foram adicionadas marcas de mãos nos corrimãos para indicar que todos devem ficar parados nos degraus.
“Inconveniente”, “ultrajante”, “o começo do fim” e “escada para o inferno” foram algumas das reações da imprensa à quebra de ritmo dentro na estação. Parte dos usuários também ficou irritada com a determinação de manter por mais tempo o novo padrão, e esse texto do CitiLab até reuniu alguns tuítes de londrinos revoltados. No entanto, a TfL diz que não vai proibir as pessoas de andarem nas escadas rolantes e ainda há uma terceira opção por onde eles podem subir andando.
Nos primeiros testes, os londrinos estranharam a ideia de início, mas passaram a ajudar na disseminação do novo modo de se portar nas escadas rolantes ao final da terceira semana. A medida foi iniciada com base em um estudo de 2002, que indicava que apenas 40% dos passageiros escalavam os degraus, o que resultava em subaproveitamento da estrutura e aglomerações no entorno. Nos últimos dias de teste, a capacidade aumentou em 3,5 mil passageiros a mais sendo transportados por hora.
Uma das críticas à medida é que ela desencoraja as pessoas a terem uma postura ativa nas escadas rolantes, favorecendo uma atitude mais sedentária. Ainda assim, a principal reclamação é que sem as regras que regem o dia a dia nas estações, elas estarão condenadas ao caos. É certo que uma rede de transporte de massa tão extensa quanto a de Londres precisa de convenções para organizar o fluxo intenso de gente, mas vale lembrar que, por enquanto, essa nova regra se aplica apenas a duas escadas de um total de 430. Mesmo assim, há quem defenda que é um primeiro sinal de que tudo está prestes a desandar.