Das 55 vagas da Câmara Municipal de São Paulo, 22 serão assumidas por candidatos que não disputavam a reeleição. A taxa de renovação nas últimas eleições municipais na maior cidade do país indica que, no final das contas, o fim do financiamento empresarial de campanhas  e a exigência de um desempenho mínimo nas urnas para a eleição de vereadores não fizeram dos resultados algo tão diferente dos pleitos anteriores.

Com a mudança na legislação, cada candidato agora precisa reunir pelo menos 10% do quociente eleitoral para evitar que concorrentes com pouca representatividade assumam o cargo. Em 2016, nenhum candidato ficou de fora por não ter atingido a “nota de corte” da votação. Na disputa de 2012, no entanto, um dos vereadores eleitos, Toninho Vespoli (PSOL) teria perdido a sua vaga se a nova regra já estivesse valendo.

Nas eleições de 2012 o número de votos válidos foi maior em comparação a 2016, ou seja, para ser eleito um candidato teria que atingir um número mínimo de votos mais alto que no último pleito. No domingo, 22,82% votos foram brancos ou nulos, enquanto em 2012 a proporção de votos não-válidos foi de 18,71%. Vespoli recebeu 8.722 dos 10.384 votos que seriam necessários para que assumisse o cargo caso a mudança na legislação já tivesse se efetivado. O PSOL, que elegeu apenas um vereador na ocasião, somou 117.475 votos.

LEIA TAMBÉM: Mapas eleitorais mostram pouca diferença entre centros e periferias

Em função da nova legislação, partidos como que sempre defenderam voto em legenda, como o PSOL e o PT, mudaram de estratégia focaram suas campanhas em nomes e números para garantir que as cadeiras conquistadas por eles fossem de fato ocupadas por candidatos de suas respectivas coligações. A estratégia parece ter influenciado a queda do número de votos em legenda de 19,4% dos votos válidos de 2012 para 16,9% no último pleito.

Para continuar com o exemplo, o PSOL ganhou mais uma cadeira na câmara e elegeu Sâmia Bomfim com 12.464 votos, além de Vespoli, com 16.012, superando com folga a nota de corte, que foi de 9.746. PSDB e PT, assim como em 2012, continuam tendo mais cadeiras na Câmara paulistana, com 11 e nove vereadores, respectivamente.