O Copan é como uma pequena cidade. Sua população passa dos 5 mil habitantes, que se dividem em 1.160 apartamentos. Destes, 83 são de um único proprietário. Reparos e consertos necessários à sua manutenção empregam 12 pessoas, entre eletricistas, pedreiros, encanadores, pintores, serralheiros. Lá também se fazem grandes obras, como a que cobre de azul a sua fachada sinuosa.
Para marcar o 50º aniversário de sua inauguração completa, em 25 de maio de 1966, conversamos com cinco pessoas sobre a relação que elas mantêm com o prédio. Longe de querer imitar Juscelino Kubitschek e usar as curvas de Niemeyer para tentar acelerar a história, buscamos falar com pessoas que se encontram e se reconhecem ali. Uma amiga conhece uma colecionadora de arte, que conhece uma fotógrafa, que conhece o síndico, que conhece o monge e também o encarregado de manutenção. Essa é só uma pequena parte de uma grande rede, que se estende da janela de alguém até onde a vista consegue alcançar (em determinados andares de certos blocos onde o prédio do Bradesco ou alguma outra construção não se interpõe) em um dia de raro de céu limpo, na maior cidade do Brasil.
Publicaremos um episódio por dia, de segunda a sexta. Confira:
Segunda: Affonso Celso de Oliveira
Síndico do Copan desde 1993, sua rígida administração é vista como responsável por recuperar o edifício da decadência
Terça: Rita Mourão Barbosa
Colecionadora de arte que recebe no seu “Desapê” interessados em conhecer e adquirir peças de seu acervo
Quarta: Monge Handa
Uma vez por mês, o monge deixa o templo no bairro da Liberdade para meditar do alto dos 32 andares do prédio
Quinta: Vania Toledo
Fotógrafa mantém estúdio no apartamento que divide com seu filho e o cão Yoda.
Sexta: Valter Fedorenko
Encarregado de manutenção do Copan, o filho do mestre de obras do edifício chegou ali quando o prédio ainda estava na fundação