O que é? Se sua cidade está cheia de turistas perdidos pedindo informações ou você não sabe como fazer para explicar qual desvio pegou para fugir da lentidão do trânsito, esse estudo da Universidade de Aberdeen pode te ajudar. A pesquisa testou diferentes maneiras dar direções de rua para saber qual efetivamente pode levar os seus amigos a encontrarem o seu restaurante preferido ou um gringo desorientado a achar o caminho de volta até o hotel.
Nem muito específico, nem muito vago
Você sabe o caminho e conseguiria chegar lá de olhos vendados, mas nem sempre é fácil explicar para outra pessoa por onde ela deve ir. Considerando as possíveis formas de dizer qual o trajeto a ser seguido, linguistas conduziram um estudo que indica que há maneiras mais úteis que outras para indicar a direção correta.
Não é novidade que mencionar pontos de referência, como “vire à direita depois do hospital”, é uma maneira de ser prestativo. A pesquisa parte das conclusões de um estudo anterior, segundo o qual as pessoas não costumam explicar o caminho começando pela ordem dos movimentos a serem executados, mas sim citando o elemento mais facilmente identificável a ser encontrado. Logo, partimos do princípio “sabe aquele posto de gasolina?” para nos certificarmos que temos pelo menos uma referência em comum.
Esse novo estudo identificou que as pessoas devem escolher como referência elementos grandes e fáceis de se ver e também testou se a ordem das palavras na descrição afetam a capacidade do interlocutor de seguir as instruções. Os participantes da pesquisa recebeu uma imagens no estilo “Onde está o Wally” nas quais tinham que identificar um alvo (no caso do exemplo, um homem segurando um vaso vermelho com uma listra) seguindo quatro tipos diferentes de instruções:
- Alvo: Acima à direita, o homem segurando um vaso vermelho com uma listra
- Ponto de referência: Acima à direita, a esfinge
- Ponto de referência antecedente: Acima e à direita, à esquerda da esfinge, um homem segurando um vaso vermelho com uma listra
- Ponto de referência posterior: Acima e à direita, o homem segurando um vaso vermelho com uma listra à esquerda da esfinge
Os alvos e pontos de referência foram escolhidos de forma a abranger os valores de tamanho relativo e proeminência visual distribuídos balanceadamente entre as áreas da figura. A pesquisa mediu os tempos de reação dos participantes em relação às diferentes instruções e observou que é mais fácil de encontrar o alvo quando o maior elemento, a esfinge, é mencionado logo no início.
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Como nem sempre falar primeiro o ponto de referência funciona, as respostas mais rápidas foram registradas quando as instruções se limitavam a descrever o alvo, sugerindo que descrições do tipo “à esquerda da esfinge” são desnecessariamente específicas. O melhor a fazer é começar indicando aquilo que é mais fácil de encontrar, seja um ponto de referência ou o alvo em si.
A pesquisa concluiu que a maneira como formulamos as direções de rua dependem diretamente da nossa percepção do caminho. Claro que nem todas as pessoas são boas em indicar trajetos e as vezes a saída é mesmo usar o GPS. O estudo também prevê que saber qual é maneira mais útil de explicar o caminho pode ajudar sistemas de GPS a passarem instruções mais fáceis de serem seguidas.