O que é? O Colégio Augusto Laranja, de São Paulo, organizou em outubro a mostra “Cidades Criativas, Soluções Inteligentes”, reunindo trabalhos feitos pelos alunos de diversas séries com ideias de como melhorar a vida nas cidades.

Novo jeito de caminhar

Linhas no chão indicavam o caminho. Uma cor o levava para o consumo consciente. A outra, para a mobilidade urbana. Ainda havia soluções hídricas, convivência harmoniosa e soluções energéticas. Cada sala do colégio estava dominada por discussões sobre o futuro das metrópoles. Assim estava o Colégio Augusto Laranja, em São Paulo, durante o evento “Cidades Criativas, Soluções Inteligentes”, realizado no final de outubro.

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Mais que uma exposição, era o resumo de quase um ano em que as soluções para as grandes cidades permearam as diversas atividades dos alunos. Foi o tema escolhido pela instituição, filiado ao programa de escolas afiliadas à Unesco, para 2015. “Cada ano temos um tema, que envolvem todas as áreas de conhecimento, sempre dentro de uma ideia de cidadania global”, explica Rosa Costa, diretora institucional do colégio.

Com isso, a vida urbana foi tratada em todas as disciplinas e ainda fez parte das atividades extraclasse. O objetivo, segundo a professora, era gerar reflexão sobre o assunto, que até uma ou duas gerações atrás era considerado secundário e era tratado de forma passageira no ensino fundamental e médio.

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Os trabalhos apresentavam nível de sofisticação compatível com a idade dos autores, mas o importante era colocar essas questões no dia a dia de crianças e adolescentes. Havia comparação da paisagem urbana de São Paulo com cidades como Londres e Nova York, soluções para se fazer uma horta urbana, a importância de reciclar o lixo, como reaproveitar a água de chuva, uso de transportes não poluentes e até um bazar com venda de produtos reciclados.

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“Não queremos apontar um caminho novo para as crianças, mas mostrar a elas que é possível caminhar de um novo jeito. Elas precisam ter a oportunidade de desenvolver seus talentos, de agir de forma positiva para expandir a forma de ver o mundo”, comenta Costa.

Aos poucos, surgem mais e mais escolas que incluem cidadania ou relação com a comunidade em seus temas. O resultado real disso virá gradualmente, e só teremos uma ideia maior do efeito desses trabalhos em algumas décadas. Pode demorar, mas ao menos esse processo já começou. Que outros embarquem nele.