Um grupo de pesquisadores da Universidade de Cuenca, no Equador, em parceria com o OpenStreetMap, está trabalhando na criação de um mapa preciso da região afetada por meio de crowdsourcing desde as primeiras horas que se seguiram ao terremoto. O OpenStreetMap é uma ferramenta colaborativa com uma rede de dois milhões de usuários que mapeiam lugares comumente excluídos da cartografia oficial.

O Equador fica uma área de instabilidade sísmica do Pacífico chamada de Anel de Fogo, com vulcões ativos e pequenos terremotos regulares. No segundo sábado de abril, um grande abalo de 7,8 graus de intensidade atingiu a costa norte. Centenas de pessoas morreram e mais de um milhão delas foram afetadas. Parte da província de Manabí ficou destruída com pontes, estradas e prédios desmoronados.

Voluntários foram convocados por email pela ONG Humanitarian OpenStreetMap Team (HOT), com base em Washington, para prover mapas atualizados para os socorristas. Cada uma das ações em decorrência do desastre foram organizadas por equipes nos locais afetados. Elas sobem no sistema as últimas imagens de satélite obtidas por órgãos governamentais e empresas privadas, assim como listas de endereços de escolas, hospitais e outros equipamentos da administração pública. Dessa forma, as informações se tornam acessíveis para que usuários do mundo todo possam ter acesso.

Visualização do OpenStreetMap mostrando áreas validadas em verde, terminadas em amarelo, invalidadas em cinza e atualmente trabalhadas em branco (reprodução)

Visualização do OpenStreetMap mostrando áreas validadas em verde, terminadas em amarelo, invalidadas em cinza e atualmente trabalhadas em branco (reprodução)

Essas pessoas são encarregadas de preencher uma tabela, que serve de base para formar uma camada de dados relacionando as imagens com as listas oficiais de prédios públicos. Depois disso, as novas camadas são checadas por mapeadores mais experientes que conferem sua precisão. Quando um trecho do mapa se completa, é possível saber o que exatamente foi destruído e descobrir qual a melhor forma da equipe de resgate agir. Os lugares mais afetados, uma vez apontados no mapa, poderão ser facilmente identificados para a distribuição de água e alimentos.

Mais de 2 mil voluntários participaram dessa ação em particular. Alguns deles já haviam contribuído em forças-tarefa similares depois dos terremotos de 2010 no Haiti, 2011 no Japão e no Nepal no ano passado. Nesse último, organizações humanitárias consultavam os mapas todos os dias em busca de atualizações para planejar suas atividades.

Esse esforço ainda será útil para a fase de recuperação e reconstrução da cidade, indicando onde alocar os recursos disponíveis. O trabalho coletivo deve continuar nas próximas semanas e eles continuam buscando interessados em contribuir. As últimas imagens disponíveis estão sendo disponibilizadas para download nesse post e o grupo também publicou um tutorial para voluntários.