O que é? Em São Paulo agora é possível comparar dados geográficos sobrepondo camadas de informação provenientes dos diferentes setores da prefeitura. Isso se tornou viável com o lançamento do Geosampa, uma ferramenta de software livre que centraliza e facilita o acesso a informações pela população, incentivando o controle social.

Cada informação no seu lugar

Encontrar dados geolocalizados sobre São Paulo e ter condições de comparar diferentes bancos de informações, como densidade demográfica e distribuição das escolas pelo território, envolvia pesquisar em fontes dispersas que não se integravam. Para resolver esse problema e permitir que mesmo os funcionários públicos municipais consigam ter acesso a informações de diferentes setores em uma base centralizada que possibilita sobreposições de camadas para relacionar e comparar as regiões da maior cidade do Brasil, a Prodam elaborou o Geosampa, ferramenta que já é usada pelos órgãos internos da prefeitura desde 2014.

Na última segunda-feira, 7 de dezembro, a plataforma foi apresentada e agora está acessível para o público. Alguns dos dados que fazem parte do Geosampa não estavam disponíveis para a população, entre eles a localização das árvores urbanas. Além de dados das secretarias municipais, também fazem parte da ferramenta dados do IBGE e mapeamento dos assentamentos precários paulistanos, realizado com o apoio do Cities Alliance.

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A Prodam reúne 95% dos dados da prefeitura e disponibilizou no Geosampa 152 bancos de informações. Foram definidas períodos de atualização para cada um desses bancos em conjunto com as departamentos responsáveis. As secretarias não terão que se adequar ao sistema do Geosampa, que usa referências comuns aos mapas para incorporar as atualizações disponibilizadas pelos diferentes setores da administração municipal.

Nem todos os mapas seguem a mesma linguagem, mas os desenvolvedores trabalharam para encontrar pontos em comum entre os formatos para que eles se tornassem compatíveis com o Geosampa sem comprometer a precisão da geolocalização. “Se fôssemos adequar todos os bancos de dados na mesma linguagem, não iríamos sair do lugar. Respeitamos a rotina de trabalho que os departamentos cultivaram até então”, comentou o prefeito Fernando Haddad na apresentação da ferramenta.

O diretor do Departamento de Produção e Análise de Informação (Deinfo) da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, Tomas Wissenbach, destaca entre os fatores que tornaram possível a elaboração da ferramenta a prioridade dada ao projeto com sua inclusão no plano de metas, o apoio das secretarias municipais e o acúmulo de aprendizado técnico. A proposta para o desenvolvimento da plataforma existe desde 1989.

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O Geosampa também disponibiliza os dados para download, permitindo que eles sejam consultados e usados para fins que plataforma não abrange. Uma das virtudes da ferramenta é o fato de ser desenvolvida em software livre, o que permite que ela seja replicada em outras cidades sem necessidade de autorização ou participação da prefeitura de São Paulo. Mas o que poderia melhorar é o método de busca por endereços, que é pouco responsivo e dificulta muito a consulta de pontos específicos da cidade.

A prefeitura espera receber sugestões da população sobre dados de seu interesse que ainda não foram disponibilizados para adicionar mais camadas de informação. Outra atualização prevista é a análise cruzada, na qual seriam indicadas automaticamente as correlações entre as camadas selecionadas. Para entrar em contato com os responsáveis, escreva para geosampa@prefeitura.sp.gov.br.